Jornais questionam eliminação do latim do ensino francês
A nova reforma da escola proposta pelo governo francês pode atingir em cheio o ensino das letras clássicas, como latim, que ainda é oferecido em alguns estabelecimentos públicos. O plano é destaque nos jornais franceses desta quinta-feira (23) por estar gerando controvérsia.
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Tanto o latim quanto o grego são considerados, pelo texto da reforma, uma forma de elitismo que não tem mais lugar no ensino atual. Outra língua que corre o risco de ser banida das escolas é o alemão. Este por um motivo mais prático: o interesse dos alunos nos cursos de alemão, que são opcionais, é cada vez menor por parte dos alunos.
O jornal de esquerda Libération levanta o debate: devemos tornar o ensino mais igualitário por cima ou por baixo. O jornal considera que, eliminar as línguas clássicas só porque poucas escolas oferecem, seria igualar por baixo.
35 mil assinaturas
O inglês e o espanhol são hoje de longe as duas línguas mais escolhidas pelos estudantes franceses, seguida do alemão, italiano, russo, árabe e chinês. A ministra da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, propõe uma completa reformulação na quantidade de alunos que tem acesso às línguas estrangeiras.
Com tudo na França, a questão já foi partidarizada. Representantes do UMP, partido de centro-direita de oposição ao governo, e também de centro, saíram em defesa das línguas clássicas. “Suprimir as línguas antigas, a formação humanista, a tradição clássica do latim e do grego, é uma negação da política social”, disse François Bayrou, prefeito de Pau, ele mesmo antigo professor de letras clássicas.
Atualmente, 19% dos alunos optam por aprender latim, e apenas 1,5% querem o grego. Os professores das duas línguas também estão mobilizados. Eles criaram uma petição que até agora já contou com 35 mil assinaturas.
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