Ataque de talibãs em Cabul provoca pelo menos 51 mortos
A capital afegã, Cabul, foi palco ontem de ataques e atentados à bomba levados a cabo, contra base americana, provocaram 51 mortos e centenas de feridos, reivindicados, por talibãs, soube-se, este sábado.
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Os talibãs reivindicaram os ataques suicidas com explosões levados a cabo, na noite de quinta-feira para sexta-feira (6 e 7 de agosto), contra forças afegãs, mas também a base americana, de Camp Integrity, ataques esses, que fizeram, pelo menos, 51 mortos e centenas de feridos, anunciaram agências noticiosas, este sábado, 8 de agosto.
Estes atentados em Cabul, surgem uma semana depois da nomeação de um novo chefe dos talibãs, o mulá Akhtar Mohammad Mansour, um sinal enviado contra conversações de paz a curto prazo, entre o movimento islamita e as autoridades governamentais afegãs do presidente Ashraf Ghani.
Esta onda de ataques, começou na noite de quinta-feira para sexta-feira, com a explosão de um camião, que caiu numa armadilha perto de um campo militar, no bairro populoso, provocando a morte de 15 pessoas e ferindo outras 248 pessoas.
Escola de polícia de Cabul
Ontem, sexta-feira, quando um grupo de cadetes duma escola de polícia de Cabul, saía de folga de fim-de-semana, se viu atacado por um kamikaze, que se fez explodir, com o seu cinto de explosivos, entre o grupo.
O atentado, que fez pelo menos 26 mortos e 27 feridos, foi logo reivindicado, pelos talibãs, segundo uma fonte policial, no anonimato.
Por seu lado, Sayed Zafar Hashemi, porta-voz do Presidente afegão, Ashraf Ghani, Sayed Zafar Hashemi, declarou que o atentado suicida contra a Escola de Polícia, tinha sido "um atentado terrorista cobarde contra civis". Aliás, o balanço das vítimas, é ainda provisório, podendo,aumentar, o número de mortos.
Poucas horas depois, duas outras explosões ocorreram no sector a norte do aeroporto de Cabul, perto da base americana de Camp Integrity, base de forças especiais que foram atacadas por disparos de assaltantes talibãs.
Missão da NATO atacada
Um soldado da NATO e 2 talibãs foram mortos nesses confrontos, segundo o coronel Brian Tribus, alta patente americana, com funções de director de Relações Públicas, nesta missão da Organização Atlântica, designada "Resolute Support", no Afeganistão. Nesse assalto foram igualmente mortos 8 civis.
Esta manhã e ontem à noite, aviões de combate e helicópteros das forças de segurança, sobrevoaram, o espaço de Cabul, onde vários de sectores de bairros, foram completamente circunscritos.
Novo chefe dos talibãs, Mansour demonstra sua força
São os primeiros ataques de grande relevo, levados a cabo em Cabul, desde que os talibãs, cnfirmaram a morte do seu chefe supremo, o mulá Mohammad Omar, e anunciaram a nomeação do novo líder, na pessoa do mulá Akhtar Mansour, em fins do mês de julho.
"Certas pessoas estavam convencidas de que a morte do mulá Omar iria mergulhar os talibãs no desespero e mesmo enfraquecê-los, demonstrando optimismo em demasia, declarou o analista, Thomas Ruttig, do "think tank" Analysts Network, no Afeganistão.
Fica no ar a questão: Quem envia a mensagem?
Para o analista, Thomas Ruttig, não é certo que tenha sido o mulá Mansour, a ter ordenada a nova onda de ataques de grande dimensão na capital afegã, Cabul, dizendo que porderá ter sido obra de facções de revoltosos, contra essa nomeação, e que estão decididas a fazer fracassar qualquer tentativa de conversações de paz com o governo afegão.
Ou então, o novo homem forte dos talibãs, Mansour, quis , de facto, enviar um sinal forte, tanto às autoridades de Cabul, como aos próprios talibãs., disse por seu lado, Abdul Hadi Khaled, especialista de questões de segurança, para quem, "esta nova onde de atentados é uma táctica utilizada pela nova direcção, para mostrar que continuam operacionais.
Na verdade, foi uma demonstração de força, sublinhou o especialista de segurança, Abdul Hadi Khaled.
Convém dizer, que houve uma intensificação da guerra entre os talibãs e as forças do governo afegão, desde que terminou a missão da NATO, no ano passado, e a retirada das tropas americanas. Cerca de 5 mil civis foram feridos ou mortos entre janeiro e junho deste ano de 2015, segundo a ONU.
Sem dizer, que as forças de segurança afegãs, têm estado a perder todos os meses, em média, cerca de 4 000 elementos, entre desertores ou vítimas dos combates.
João Matos sobre ataques de talibãs, em Cabul, Afeganistão
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