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Liga Árabe

Conflito israelo-palestino domina discussões da Liga Árabe

A 22ª Cúpula da Liga Árabe foi aberta neste sábado em Syrta, na Líbia, com a presença do secretário-geral da ONU, Ban Ki–Moon. O impasse nas negociações de paz entre Israel e os palestinos e o futuro de Jerusalém estão entre os principais assuntos do encontro que reúne os dirigentes de 22 países árabes.

O líder líbio, Muammar Kadhafi (à dir.) e o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, na abertura da Cúpula.
O líder líbio, Muammar Kadhafi (à dir.) e o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, na abertura da Cúpula. Reuters
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Na abertura do encontro, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu ao líderes da Liga Árabe apoio às negociações indiretas entre israelenses e palestinos para o processo visando um acordo de paz possa avançar .

"Peço seu apoio para os esforços (dos Estados Unidos) para empreender discussões indiretas e negociações diretas", disse Moon. Diante dos dirigentes árabes, o secretário-geral da ONU também condenou o processo de ampliação da colonização judaica na parte oriental de Jerusalém, anexada por Israel em 1967. "A atividade da colonização é ilegal e deve parar", disse ele defendendo a solução de Jerusalém como capital dos dois estados, de Israel e do futuro estado palestino.

O líder da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, descartou qualquer possibilidade de discussão sem a suspensão da colonização israelense e chamou de "limpeza étnica" a prática do estado judeu de destruir e ocupar casas em Jerusalém.  "O estado palestino não terá sentido se Jerusalém não for sua capital", disse ele.

Em seu discurso, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que considerar Jerusalém a capital única e indivisível de Israel “é uma loucura”, em uma referência à recente declaração do premiê israelense Benjamin Netanyahu.

Em sua mensagem, o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, disse que os estados árabes
devem estar preparados para um eventual fracasso nas negociações para a paz entre Israel e os palestinos. "Devemos estudar a possibilidade que o processo de paz seja um fracasso completo", avisou.  "Chegou o momento de enfrentar Israel. Devemos estudar projetos alternativos porque a situação chegou a uma fase de mudança", disse.

Na sexta-feira a Liga Árabe declarou que antes de qualquer retomada de negociações, Israel deveria suspender a decisão de construir mais 1.600 alojamentos para judeus na parte oriental de Jerusalém.

A Liga Árabe deve aprovar uma ajuda de U$500 milhões aos palestinos que vivem na cidade santa. O acordo foi definido pelos ministros das Relações Exteriores durante reunião preparatória da Cúpula, na última quinta-feira.

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Pela primeira vez a reunião anual da Liga Árabe é realizada na Líbia, país que ameaçou diversas vezes abandonar a organização criada há 65 anos e considerada por muitos acadêmicos e analistas como uma instituição burocrática e com uma estrutura antiquada.

O local escolhido para acolher os dirigentes é a terra natal do líder Muammar Khadafi que vai dirigir a Liga por um ano. Segundo fontes diplomáticas, ele pretende dar novas prerrogativas à função e aproveitar a oportunidade para divulgar sua imagem de um líder capaz de unificar todas as nações árabes.

Em diversos cartazes espalhados pelo local da Cúpula, os participantes eram convidados a ler : "é hora de uma ação árabe comum, o interesse da nação árabe está acima de suas divergências."
 

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