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Rússia/ Gazprom

Rússia e Belarus estão à beira de uma “guerra do gás”

A redução no fornecimento de gás russo para a Belarus chegou a 60% nesta quarta-feira. A companhia Gazprom, que detém o monopólio do gás na Rússia, indicou que poderia reduzir o fornecimento de gás em até 85% se não houver um acordo para resolver o impasse. A empresa afirma que a Belarus acumula uma dívida de US$ 192 milhões, cerca de R$ 343 milhões, pelo consumo do gás russo. Já a Belarus se defende dizendo que a Gazprom deve ao país mais de US$ 200 milhões pelo trânsito do gás em seu território.

Estação para compressão de gás na periferia de Minsk, capital de Belarus.
Estação para compressão de gás na periferia de Minsk, capital de Belarus. Reuters
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O presidente bielorusso, Alexander Lukashenko, anunciou na terça-feira a suspensão do trânsito do gás russo que passa pelo território bielorusso rumo ao mercado europeu. Segundo as autoridades do país, o bloqueio teria começado na terça-feira à noite. A companhia lituana de gás Lietuvos Dujos informou em um comunicado que o fornecimento de gás russo à Lituânia e ao enclave russo de Kalinigrad via Belarus cairam 30% à partir das 9h desta quarta-feira.

De acordo com autoridades da União Europeia, além da Lituânia, a Alemanha e a Polônia também podem ser afetadas pelas perturbações no envio de gás da Rússia através do território bielorusso. O bloco europeu importa 57% de gás natural e quase a metade destas importações é proveniente da Rússia, primeiro exportador mundial de energia. A maior parte do gás russo chega à União Europeia pela Ucrânia. As autoridades ucranianas prometeram ao governo russo abrir o trânsito para o gás que passaria por Belarus enquanto os problemas com este país persistirem.

Em janeiro de 2009 vários países europeus foram vítimas de uma interrupção de duas semanas na entrega do gás russo como consequência de um conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Enquanto o impasse entre a Gazprom e Belarus continua, a Comissão Europeia estuda uma solução para não ser mais prejudicada no futuro. Do total de energia consumida no bloco, o gás natural representa 25%; o petróleo, 37%; o carvão, 18%, e a energia nuclear, 15%.

De acordo com analistas do setor, a crise que começou na segunda-feira deve poupar os países da União Europeia, mas provavelmente vai prejudicar a reputação da Gazprom e encorajar os países do bloco a aumentar seus esforços para diversificar as importações de gás.

Segundo a imprensa russa, essa nova "guerra do gás" pode ser explicada pela recusa de Belarus em aderir a uma união alfandegária, um projeto de Moscou. O fato de o presidente Loukachenko ter acolhido o presidente deposto do Quirguistão, Kourmanbek Bakiev, após os episódios de violência em abril, também contribuíram para piorar a relação entre os dois países.

Enquanto a temperatura aumenta entre a Rússia e Belarus, o presidente russo Dmitri Medvedv chega nesta quarta-feira aos Estados Unidos. Durante a curta viagem, ele será recebido pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington. A reunião bilateral deve ajudar a preparar as grandes cúpulas do G8 e do G20, que começam nesta sexta-feira no Canadá.

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