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Wikileaks/Israel

Wikileaks revela corrupção de Israel em Gaza

Documentos classificados como "secretos" e vazados nesta quinta-feira pelo site WikiLeaks revelam que israelenses cobravam propina no principal ponto de entrada de bens e mercadorias à Faixa de Gaza. A acusação de corrupção em Karni data de 2006, e é anterior à tomada de poder do Hamas, que hoje controla o território.

Julian Assange, fundador do site Wikileaks,  em prisão domiciliar na Inglaterra
Julian Assange, fundador do site Wikileaks, em prisão domiciliar na Inglaterra REUTERS/Paul Hackett
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Gabriel Toueg, correspondente da RFI em Telaviv

De acordo com os telegramas, publicados pelo jornal norueguês Aftenposten, grandes empresas norte-americanas teriam informado os diplomatas na embaixada dos Estados Unidos em Tel Aviv e no consulado-geral em Jerusalém sobre a cobrança de propina.

Entre as empresas mencionadas nos telegramas estão gigantes como Coca-Cola, Proctor & Gamble, Caterpillar, Philip Morris, Westinghouse, HP e Dell. Um executivo da Coca-Cola disse ter pago mais de 3 mil dólares para conseguir o acesso de um caminhão à Faixa de Gaza. Os telegramas revelam que o valor das propinas chega até a 75 vezes o valor cobrado pelo processo regular de entrada de bens.

Com o pagamento, os caminhões iriam para o começo da fila ou para uma fila alternativa, que se moveria mais rapidamente. Segundo os documentos, um "oficial de alto escalão" chefiaria o esquema de corrupção na passagem de Karni. Não está claro se a prática de cobrar propinas na passagem continua até os dias de hoje. Mas Israel mantém um bloqueio econômico ao território palestino, alegando razões de segurança.

Na última quarta-feira, o WikiLeaks revelou um documento que apontava que Israel manteve a economia da Faixa de Gaza à beira do colapso de forma deliberada. O documento, publicado pelo mesmo jornal norueguês, revela ainda que os Estados Unidos teriam conhecimento do fato.

De acordo com o telegrama, Israel buscou arruinar a economia palestina no território sem contudo levar a medida ao extremo, para evitar uma crise humanitária.
 

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