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Líbia/ Kadafi

CNT anuncia comissão de inquérito sobre a morte de Kadafi

O líder interino da Líbia, Mustafa Abdel Jalil, afirmou hoje que uma comissão de inquérito vai investigar a morte controversa do ditador Muammar Kadafi, atendendo a apelos da comunidade internacional. A organização internacional Human Rights Watch alertou que 53 corpos de supostos apoiadores do ex-ditador foram encontrados em um hotel de Sirte, com sinais de execução.

O presidente do Conselho Nacional de Transição da Líbia, Mustafa Abdel Jalil, concede coletiva de imprensa nesta segunda-feira, em Benghazi.
O presidente do Conselho Nacional de Transição da Líbia, Mustafa Abdel Jalil, concede coletiva de imprensa nesta segunda-feira, em Benghazi. REUTERS/Esam Al-Fetori
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"Em resposta aos apelos internacionais, começamos a pôr em prática uma comissão encarregada de investigar as circunstâncias da morte de Muammar Kadafi no confronto com seu grupo enquanto estava sendo capturado", afirmou Jalil, em coletiva horas depois que a organização internacional Human Rights Watch revelar que 53 corpos em decomposição de supostos seguidores de Kadafi foram encontrados em um hotel em uma região controlada pelos rebeldes, em Sirte. A ONG pede que o CNT também investigue este caso, e afirmou que os corpos foram achados agrupados. Alguns tinham as mãos amarradas nas costas.

O presidente do governo transitório explicou que “os líbios livres gostariam que Kadafi tivesse sido julgado por tudo que fez”, que “ficasse o máximo de tempo possível na prisão e fosse humilhado o máximo possível”. Ele insinuou que apenas os apoiadores do ex-ditador poderiam preferir que o coronel fosse morto ao invés de preso pelos revolucionários.

Autoridades internacionais, inclusive os Estados Unidos, pediram uma investigação sobre as circunstâncias da morte de Kadafi, que foi capturado vivo mas morreu antes de chegar a um hospital. Vídeos divulgados por rebeldes indicam que pode ter ocorrido execução sumária do ex-ditador.

Governo provisório

Em Benghazi, Jalil também anunciou a instauração de um governo de transição "dentro de duas semanas". "Começamos as discussões (sobre a formação de um governo) e esta questão não levará um mês: terá terminado dentro de duas semanas", indicou.

Mustafa Abdel Jalil disse que o conselho vai discutir, na próxima semana, quem iria liderar o novo governo, em substituição a Mahmoud Jibril, que renunciou no final de semana. O presidente do CNT também abordou outro tema que provocou a preocupação entre os países ocidentais, o fato de que a Líbia vai adotar a charia (lei islâmica) como fonte de legislação. "Quero certificar a comunidade internacional de que nós, líbios, somos muçulmanos moderados", disse.

Ele ressaltou que os líbios respeitam as regras do Islã, mas isso não significa nenhum perigo para qualquer partido político ou facção. Em reação às declarações, nesta segunda-feira a União Europeia e a França pediram aos líbios para respeitarem os direitos humanos e os princípios democráticos.
 

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