Sírios prestam homenagem a vítimas de atentados

Milhares de sírios participaram hoje de uma cerimônia fúnebre na mesquita de Omeyades, em Damasco, para prestar homenagem às 44 pessoas mortas no duplo ataque com carro-bomba que atingiu dois prédios do governo na capital nesta sexta-feira. Em luto, a multidão carregava imagens das vítimas e bandeiras da Síria.

Caixões das vítimas foram enrolados em bandeias sírias, em cerimônia realizada em mesquita de Damasco.. REUTERS/Sana/Handout

No interior da mesquita, os caixões estavam enrolados na bandeira do país e uma autoridade síria leu um comunicado comum dos dirigentes muçulmanos e católicos do país, no qual rejeitam “o extremismo” e pedem ao povo para resistir “ao complô” das “organizações terroristas”. Do lado de fora, dezenas de pessoas erguiam fotos do presidente Bashar al-Assad e banners do seu partido, Baas. A polícia síria acompanhava de perto a multidão que participou hoje do funeral.

O governo acusa a organização terrorista Al Qaeda de estar por trás dos ataques de ontem e de apoiar os manifestantes que tentam, há nove meses, derrubar o regime. Os atentados suicidas foram os primeiros desde o início da revolta popular contra o ditador, que tem sido um movimento pacífico.

As explosões ocorreram durante o início da visita de uma delegação da Liga Árabe ao país, que visa a checar a situação da violência. Segundo testemunhas, um carro tentou forçar a entrada na sede de segurança de Estado, enquanto outro se explodiu contra a sede da inteligência.

De acordo com as Nações Unidas, mais de 5 mil pessoas já morreram desde março, quando as manifestações tiveram início e o governo reagiu destacando tanques e soldados para reprimir o movimento em todo o país. O Conselho de Segurança da ONU condenou fortemente o duplo e mandou suas condolências para as vítimas e seus familiares - ignorando o regime em seu comunicado.