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Síria

Observadores internacionais chegam à Síria em meio a violências

Cerca de cinquenta observadores estrangeiros chegaram nesta segunda-feira à Síria, para começar o trabalho de monitoramento da missão da Liga Árabe no país. A presença desses especialistas coincide com um dos períodos mais críticos e sangrentos desde o começo das revoltas na Síria, há nove meses. Bombardeios na cidade de Homs deixaram treze mortos, nesta segunda-feira.

Delegação de observadores da Liga Árabe visita local afetado por ataque terrorista em Damasco, nesta sexta-feira.
Delegação de observadores da Liga Árabe visita local afetado por ataque terrorista em Damasco, nesta sexta-feira. REUTERS/Sana/Handout
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Karina Hermesindo, correspondente da RFI em Abu Dhabi.

Os ataques com carro-bomba, que mataram 44 pessoas na sexta-feira, em Damasco, obrigaram o governo sírio a reforçar a segurança para que a missão da Liga possa trabalhar.

Esses cinquenta observadores, especializados em política e direitos humanos, se juntam ao grupo de nove pessoas liderado pelo assistente do secretário-geral da liga Árabe, Samir Seif Al Yazal, que já está no país desde quinta-feira, preparando todo o trabalho de logística.

Segundo o ministro de Relações Exteriores da Síria, Walid Moallem, esses observadores terão livre acesso ao país e poderão circular em regiões, onde os conflitos são intensos. Ele acredita que os relatórios dos especialistas vão ajudar o governo sírio a combater os rebeldes armados e mostrar a comunidade internacional que não se trata de manifestações políticas pacíficas.

Porém, uma das cláusulas do acordo entre a Síria e a Liga Árabe impede o acesso dos observadores a zonas militares. Segundo a oposição, prisioneiros e vítimas de torturas foram transferidos recentemente para hospitais e prédios militares, e dificilmente os observadores terão acesso a eles. A missão da Liga também está proibida de conversar com soldados comuns.

Ativistas da oposição também acusam o governo sírio de ter trabalhado duro nas últimas semanas para encobrir a violência e o massacre sofrido em muitas cidades, o que deve dificultar os trabalhos.

Observadores da Liga Árabe também serão obrigados a informar as autoridades sírias com antecedência os lugares que eles planejam visitar, embora não esteja claro se isso vai envolver uma divulgação diária, detalhando o itinerário da equipe. Como o governo sírio é responsável pela segurança dos especialistas, eles serão informados de todos os passos.

Para o chefe da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, o trabalho dos observadores será bem difícil, pois algumas regiões da Síria já se assemelham a uma zona de guerra. Porém, ele acredita que a missão pode ser rápida. Para o chefe da Liga, em apenas uma semana os observadores poderão se dar conta se as autoridades sírias estavam cumprindo o acordo de parar com as ofensivas militares e começar o diálogo com a oposição.

Após os atentados a carro bomba na capital da Síria na sexta-feira, o governo aumentou as ofensivas militares, pois acredita que se trata de um ataque terrorista comandado por Al Qaeda. Já a oposição diz que os ataques foram orquestrados pelo próprio governo.

Mais de 5.000 civis e soldados desertores foram mortos por serviços de segurança, desde março, segundo as Nações Unidas. O relatório sobre direitos humanos é baseado em testemunhos coletados fora da Síria, porque o país não permitiu a entrada de uma equipe de monitoramento da ONU.

A Síria divulgou através de sua agência de notícias estatal, que mais de dois mil soldados e membros das forças de segurança morreram em ataques nos últimos nove meses.

No começo de janeiro, mais observadores da Liga Árabe deverão chegar ao país. No total, a missão terá entre 150 e 200 homens e não quinhentos como foi anunciado anteriormente. A missão vai durar um mês podendo ser prorrogada.

 

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