Com Brasil a favor, ONU aprova resolução contra repressão na Síria
Depois do duplo veto da Rússia e China sobre um texto similar no Conselho de Segurança da ONU, no último dia 4, a Assembleia Geral aprovou nesta quinta-feira um projeto de resolução condenando a repressão na Síria por 137 votos a favor (entre eles, o do Brasil), 12 contra e 17 abstenções. O valor do texto é simbólico, mas expressa o sentimento da maioria dos países da Assembleia, diante das violências cometidas no país contra os opositores ao regime.
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O texto apresentado aos países-membros da Assembleia Geral das Nações Unida exige que o governo sírio pare de atacar sua população civil. A ONU estima que mais de seis mil pessoas morreram desde o início da rebelião, em meados de março do ano passado.
Um outro ponto da resolução é que a Síria apoie os esforços da Liga Árabe para garantir uma transição democrática no país; além disso, é recomendada a nomeação de um enviado especial da ONU à Síria.
Mesmo antes da votação, os diplomatas estavam certos de que a resolução seria adotada, devido ao grande número de países ocidentais e árabes que apoiavam o texto. No entanto, a iniciativa não terá nenhuma influência na crise atual devido à sua dimensão puramente simbólica.
Reações em defesa da Síria
O embaixador sírio junto à ONU, Bachar Jaafari, definiu a resolução como "tendenciosa e desequilibrada" e estima que a solução para a Síria está no diálogo nacional entre oposição e poder. Jaafari também pediu aos membros da Assembleia da ONU para encorajarem a oposição a tomar parte nesse diálogo, distanciando-se dos "grupos terroristas", termo utilizado por Damasco para designar a oposição armada.
O embaixador da Venezuela, Jorge Valero, acusou os ocidentais de tentarem provocar uma mudança de regime na Síria, mesmo se cada vez mais sangue é derramado. Ele citou "a mesma prática utilizada na Líbia", referindo-se à intervenção da OTAN depois de uma resolução da ONU.
A Rússia, que até agora propôs algumas emendas ao texto, havia avisado que não apoiaria o projeto, que considera desequilibrado. China também votou contra, assim como Cuba, Irã, Equador, Bolívia e Coreia do Norte.
Mesmo simbólico, o texto não deixa de acentuar o isolamento do regime do presidente Bachar al-Assad.
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