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Líbia/Primavera Árabe

Revolução líbia completa um ano com alto risco de instabilidade

Os líbios comemoram nesta sexta-feira o primeiro aniversário da revolução que provocou a queda do ex-ditador Muammar Kadafi após 42 anos de poder. O dia 17 de fevereiro ficou marcado pelas grandes manifestações contra o regime em Benghazi, o principal reduto da oposição ao ex-ditador.

Moradores de Benghazi comemoraram na noite de quinta-feira o primeiro aniversário da revolução na Líbia.
Moradores de Benghazi comemoraram na noite de quinta-feira o primeiro aniversário da revolução na Líbia. REUTERS/Esam Al-Fetori
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A Casa Branca recomendou aos líbios, nesta sexta-feira, que eles protejam as liberdades adquiridas com a revolução. "Os revolucionários que tanto lutaram por liberdade têm agora a responsabilidade de protegê-la cooperando com o governo para restabelecer a estabilidade, a paz e a reconciliação", declarou Jay Carney, porta-voz de Barack Obama.

As celebrações do primeiro aniversário da revolução começaram ontem,em Benghazi, com os moradores reunidos na principal praça da cidade exibindo bandeiras do país e gritando slogans contra Kadafi, morto em outubro passado. Em outras importantes cidades do país como Misrata e na capital Trípoli, manifestações espontâneas durante a noite também lembraram a data.

Ontem, o chefe da diplomacia britânica, William Hague, anunciou a disposição do Reino Unido de organizar em Londres uma conferência internacional sobre a questão dos direitos humanos na Líbia. O objetivo será discutir meios para o governo de transição respeitar seus compromissos em relação ao desarmamento das milícias, o fim da perseguição a ex-aliados de Kadafi e investigar as acusações de abusos cometidos contra os prisioneiros do antigo regime.

Anistia Internacional denuncia abusos

Um ano após o início da revolução, a Anistia Internacional vê o futuro da Líbia comprometido pelas violações de direitos humanos. Milícias de ex-rebeldes perseguem os simpatizantes de Kadafi com total impunidade, segundo a ONG. "Há um ano, os líbios colocaram suas vidas em perigo para reclamar justiça. Hoje, suas esperanças estão em perigo por causa das milícias armadas que pisoteiam os direitos humanos com total impunidade", afirma um comunicado da Anistia divulgado na véspera da celebração.

Em janeiro e fevereiro, delegados da Anistia visitaram onze centros de detenção controlados por ex-rebeldes nas regiões centro e oeste da Líbia. Eles ouviram relatos de tortura e de maus-tratos dos presos. Alguns afirmaram ter confessado crimes que nunca cometeram apenas para escapar das sessões de tortura.

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