OTAN se desculpa por queima de alcorão em Cabul
O comandante geral da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), John Allen, se desculpou pelos soldados que queimaram exemplares do Alcorão na base norte-americana de Bagram, ao norte de Cabul. O incidente gerou um protesto violento nesta segunda-feira.
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De acordo com a polícia local, cerca de duas mil pessoas cercaram a base, maior instalação militar norte-americana no país, e atiraram coquetéis molotov contra as paredes, ateando fogo a uma das portas. John Allen informou que soldados teriam atacado, "durante a noite, uma quantidade importante de documentos islâmicos - entre eles, o alcorão". Ele prometeu investigar profundamente o caso e tomar todas as medidas necessárias para garantir que isso não volte a acontecer.
"Tão logo soubemos destes atos, intervimos e impedimos sua continuidade. Os documentos recuperados serão imediatamente encaminhados às autoridades religiosas competentes", afirmou o general norte-americano. "Eu garanto, eu prometo que este ato não foi intencional". Allen ainda agradeceu aos afegãos que ajudaram a OTAN a tomar conhecimento dos fatos e a corrigí-los.
Sempre que acontecem profanações de textos sagrados islâmicos, desencadeiam-se manifestações violentas no Afeganistão. A última delas foi em abril de 2011, quando o pastor extremista Terry Jones queimou um Alcorão em público. À época, manifestantes afegãos promoveram protestos e atentados durante vários dias consecutivos, o que levou à morte de dezenas de pessoas - entre elas sete funcionários das Nações Unidas.
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