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Egito/Política

Mohamed Mursi é confirmado como novo presidente do Egito

O candidato do partido da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi, foi declarado oficialmente neste domingo o vencedor das eleições presidenciais no Egito. Ele obteve 13,2 milhões de votos contra 12,3 milhões do seu adversário Ahmid Chafiq, ex-premiê da era Mubarak, de acordo com o anúncio feito pelo presidente da Comissão Eleitoral. A vitória de Mohamed Morsi foi celebrada por uma multidão reunida há vários dias na Praça Trahir, no centro do Cairo.

O candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi, após ter votado no segundo-turno das eleições, em 16 de junho.
O candidato da Irmandade Muçulmana, Mohamed Mursi, após ter votado no segundo-turno das eleições, em 16 de junho. REUTERS/Ahmed Jadallah
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Após a confirmação da vitória, seus partidários gritavam “Allah Akbar” (Deus é o maior) em meio a fogos de artifício e bandeiras do país. A praça simboliza a revolta popular que destituiu Hosni Mubarak do poder no ano passado.

Segundo os dados da comissão eleitoral, o índice de participação no segundo turno da eleições presidenciais no Egito, realizadas entre os dias 16 e 17 de junho, foi de 51%. Os resultados finais deveriam ter sido divulgados na quinta-feira mas foram adiados para este domingo para que a Comissão Eleitoral pudesse verificar todos os pedidos e recursos apresentandos pelos candidatos.  Os dois adversários reivindicavam a vitória ao final da votação.

Mursi, um engenheiro de 60 anos, formado por uma universidade americana, é o primeiro presidente islâmico do país mais populoso do mundo árabe com 82 milhões de habitantes.  Líder do partido Justiça e Liberdade, vitrine política  do movimento islâmico Irmandade Muçulmana, Mursi contou com o apoio da imensa rede militante da confraria, a maior e mais organizada das forças políticas do Egito. 

O Conselho Supremo das Forças Armadas, que dirige o país desde a queda do regime de Mubarak, prometeu entregar o poder ao novo presidente antes do final do mês. O chefe das Forças Armadas, o marechal Hussein Tantaoui, cumprimentou Mohamed Morsi pela vitória.

Apesar da legimitade conquistada nas urnas, o futuro chefe de estado deverá ter pouca margem de manobra diante do Conselho militar.

O Exército recuperou o poder legislativo após a dissolução da Assembleia, controlada pelos islâmicos, baseando-se em uma decisão da justiça que considerou o sistema de votação ilegal.

Com isso, toda reforma será submetida à aprovação dos militares, até a eleição de um novo parlamento. O exército também manterá sua influência na nova Constituição do Egito e em assuntos como a segurança e a manutenção da ordem no país.

Reações

A vitória de Mursi também foi comemorada na Faixa de Gaza onde centenas de palestinos foram às ruas e dispararam tiros de armas automáticas para expressar sua alegria com o resultado. A Irmandade Muçulmana é um grande aliado do movimento palestino Hamas, que controla o território palestino desde 2005. “A vitória de Morsi é um momento histórico para a região”, disse um dos líderes do movimento à agência de notícias AFP.

Os Emirados Árabes Unidos "acolheram favoravelmente" a eleição e expressaram esperança de ver o Egito voltar a conviver com estabilidade política. 

 

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