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Síria/ violência

Irã adverte que aliados da Síria não permitirão queda do regime

Um alto responsável militar iraniano advertiu hoje que os aliados da Síria “não permitirão uma mudança de regime” no país e que vão dar “golpes decisivos” nos inimigos de Damasco, se ocorrer intervenção estrangeira no conflito em curso. O número de refugiados que deixam o país para escapar da violência desde a última quarta-feira segue aumentando, enquanto bombardeios prosseguem em Alepo e Damasco.

Refugiados sírios em Al Ramtha, na Jordânia, no dia 17 de julho.
Refugiados sírios em Al Ramtha, na Jordânia, no dia 17 de julho. REUTERS/Ali Jarekji
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“O povo sírio e os amigos da Síria não permitirão uma mudança de regime”, afirmou o general iraniano Massoud Jazayeri, chefe-adjunto do Estado-maior do Exército do país, citado pelo site oficial dos Guardiões da Revolução, a elite militar do regime. “O movimento de resistência [contra Israel, formado pelo Irã, a Síria, os palestinos e o partido xiita libanês Hezbollah] ainda não entraram em cena", declarou.

“Se o fizerem, eles darão golpes decisivos no inimigo, inclusive nos árabes que desprezamos”, avisou. Desde o início do conflito na Síria, o Irã já criticou diversas vezes a Arábia Saudita e o Catar, que demonstraram apoio aos rebeldes sírios e colaboraram ao armamento da oposição contra o regime. Os iranianos ainda acusam os Estados Unidos e Israel de promoverem uma “campanha sem trégua” contra a Síria.

O conflito já levou mais de 5 mil mil sírios a se refugiar somente na Jordânia nos últimos três dias, conforme uma ONG jordaniana. No total, mais de 36 mil sírios teriam se deslocado ao país vizinho desde o início do confronto entre as tropas do presidente Bashar Al-Assad e a oposição, segundo a monarquia. A cidade mais procurada é Ramtha, vizinha da cidade síria de Deraa, palco de violentos bombardeios nos últimos meses.

“A Jordânia tem recebido 1,2 mil refugiados sírios por dia”, afirmou Andrew Harper, do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (HCR). No total, 150 mil cidadãos sírios já teriam decidido abandonar suas casas.

Além dos sírios, pelo menos 10 mil iraquianos que viviam na Síria tomaram o caminho de volta para o seu país, segundo o HCR. “Muitos exprimiram temer pela segurança no Iraque, mas disseram não ter escolha, considerando a situação na Síria”, afirmou a entidade, por comunicado.

Violência cresce

Novos combates explodiram em Alepo, a segunda maior cidade da Síria, onde helicópteros armados com metralhadoras atacavam nesta terça-feira os bairros rebeldes, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). "Ocorrem combates entre os rebeldes e as tropas regulares nos bairros de Sukkari e nos subúrbios de Salahedin", indicou o OSDH, uma organização não governamental (ONG) com sede na Grã-Bretanha.

Um funcionário do conselho militar rebelde sírio afirmou na segunda-feira que os insurgentes "libertaram" vários bairros de Alepo, em particular Salahedin, e o Exército continuava bombardeando estas regiões a partir do exterior. Os bairros de Kadi Askar, Bab al-Hadid, al-Katergi e Karam al-Khabal eram alvo das metralhadoras dos helicópteros, acrescentou o OSDH, que se baseia em informações de uma rede de militantes na Síria.

Embora há três dias o Exército sírio controle a maior parte de Damasco, ainda havia confrontos em dois bairros do sul da capital, Hajar el-Aswad e Qadam, em particular "nas ruas onde insurgentes ainda estão entrincheirados", segundo esta ONG. "Desde que o Exército lançou uma contraofensiva (para recuperar os bairros rebeldes), há três dias, não ocorreram ataques dos insurgentes", indicou Rami Abdel Rahman, presidente do OSDH. "Os bairros de Mazze (oeste), Barze (nordeste) e Al-Midan (sul) estão sob controle militar total do Exército e ocorrem prisões diárias", disse.
 

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