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Síria/ violência

Generais desertores sírios estão entre refugiados na Turquia

Cerca de mil sírios, incluindo um brigadeiro-general que desertou, fugiram para a Turquia nas últimas 24 horas para escapar da violência cada vez maior no país, afirmou uma autoridade turca na sexta-feira. Também hoje, o Irã responsabilizou a “interferência estrangeira” pelo fracasso da missão de paz de Kofi Annan na Síria, enquanto o Reino Unido disse que vai ampliar a ajuda “não letal” aos opositores sírios.

Menina observa destruição em Homs.
Menina observa destruição em Homs. REUTERS/Yazen Homsy
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A última leva de refugiados sírios na Turquia passou de 44 mil pessoas, no final de julho, para 45,5 mil hoje. Pelo menos 25 generais militares já buscaram abrigo na Turquia. Outros países vizinhos, como Líbano e Jordânia, também vêm recebendo cada vez mais refugiados sírios desde o início da revolta que já dura 17 meses.

Esta sexta-feira foi marcada por protestos em diversos bairros de Aleppo, a capital econômica da Síria e alvo de disputa entre os rebeldes e o regime do presidente Bashar al-Assad há uma semana. A cidade e a capital Damasco foram mais uma vez bombardeadas pelas forças do Exército sírio, e deixando pelo menos nove mortos, após mais de 80 ontem. Manifestações também foram registradas em Tartus, Idleb, Deraa e Hama.

Irã critica países

Também hoje, o governo do Irã responsabilizou a "interferência" estrangeira pelo fracasso da missão de Kofi Annan na Síria, e sugeriu que o próprio país se incluiria entre os que terão um "papel mais importante" para resolver a crise política. "Parece que países que interferiram no processo não estavam satisfeitos com os esforços realizados por Annan para interromper o envio de armas à Síria e (acabar com) os atos terroristas", disse o porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, durante uma visita à China.

"Não apenas (estes países que interferiram) não fizeram nenhum esforço para implementar o plano de seis pontos de Annan, mas estes países se empenharam para que a missão fracasse", disse. O funcionário iraniano não citou os países a que se referia, mas em diversas oportunidades o governo em Teerã acusou Arábia Saudita, Qatar e Turquia de abastecerem com armas os rebeldes sírios com a cumplicidade de Estados Unidos e Israel.

Na visão de Mehmanparast, depois da renúncia de Annan como enviado internacional de paz para a Síria, "países independentes na região terão agora um papel mais importante" para resolver a crise. A frase sugere que o funcionário se referiu ao próprio Irã, um aliado chave da Síria na região e que forneceu a Damasco ajuda política, econômica e humanitária. Moscou pediu hoje “máxima urgência” para a nomeação de um novo mediador para a paz, já que Annan anunciou que pretende deixar o cargo no final de agosto.

Reino Unido amplia ajuda

Enquanto isso, o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, adiantou que o governo da Grã-Bretanha aumentará seu apoio "não letal" à oposição síria. "Levando em conta o número de mortos e os sofrimentos, e o fracasso atual do processo diplomático, nas próximas semanas vamos aumentar nosso apoio material e não letal", disse Hague em declarações à rádio pública BBC 4.

"Nós já oferecemos ajudas aos elementos da oposição síria", mas apenas de material "não letal", disse o funcionário, mencionando "equipamentos de comunicações e outras coisas". No futuro, acrescentou, "faremos ainda mais". Esta decisão, no entanto, "não inclui o abastecimento de armas".

O governo britânico já havia anunciado sua intenção de aumentar o apoio à oposição síria desde o fracasso do Conselho de Segurança da ONU em aprovar no fim de julho uma resolução com sanções ao governo sírio. Ao ser interrogado sobre a eventual participação de serviços secretos britânicos nas ações da Agência Central de Inteligência (CIA) americana para ajudar os rebeldes, Hague disse que "jamais faria qualquer comentário sobre questões de inteligência".
 

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