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Síria/violência

Mês mais sangrento na Síria deixou 4.239 mortos, segundo observatório

Com 4.239 mortos, o mês de julho foi o mais violento desde o início da revolta popular contra o regime de Bashar Al-Assad, em março de 2011, segundo o observatório sírio de defesa dos Direitos Humanos. Violentos combates foram registrados na manhã deste sábado em Alepo, capital econômica da Síria, onde os opositores ao governo tentaram uma ofensiva, sem sucesso, contra a sede da televisão estatal.

População reza diante de corpos de opositores mortos em confrontos com as forças do regime, em 1 de agosto.
População reza diante de corpos de opositores mortos em confrontos com as forças do regime, em 1 de agosto. REUTERS/Hussam Chamy
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No balanço feito pelo chefe do Observatório, Rami Abdel Rahmane, à agência AFP, o número de vítimas civis do conflito em julho chegou a 3.001, incluindo os que lutaram com armas, assim como 1.133 soldados e 105 desertores.

O segundo mês mais sangrento foi em junho com 2.917 mortos, segundo o observatório. O número de vítimas aumentou com os combates na capital e em Alepo, segundo maior cidade do país. No total, desde o início do conflito, pelo menos 21.053 pessoas já morreram, a grande maioria civis.

Confrontos

Os confrontos continuam em Alepo, cidade estratégica do norte do país e palco de batalhas violentas entre os opositores ao regime e as forças governamentais. Combates foram registrados nos bairros de Salaheddine e Seif al-Dawla, na região oeste da cidade, controlados pelos rebeldes, de acordo com o observatório sírio.

Depois das operações visando controlar as delegacias de polícia, os opositores lançaram um ataque durante a madrugada contra a sede da televisão estatal, mas foram obrigados a recuar diante dos bombardeios da aviação síria, segundo a Observatório.

A Agência oficial Sana confirmou o ataque informando que “terroristas haviam atacado civis e o prédio que foi defendido pelos soldados”. Em Damasco, os combatentes entrincheirados no bairro de Tadamou, no sul, foram alvos de tiroteios do exército.

O primeiro balanço do Observatório informa que neste sábado, confrontos já tinham deixado 13 mortos em diversas regiões do país.

ONU

Os confrontos continuam um dia após a Assembleia da ONU aprovar um texto defendendo uma transição política no país. A Assembleia Geral adotou por uma ampla maioria, 133 votos a favor, uma resolução que também condena a impotência do Conselho de Segurança para resolver o conflito sírio. O texto foi aprovado  um dia após o enviado especial da ONU para a Síria, Kofi Annan, anunciar que não pretende seguir com sua missão.

A resolução, sem exigência legal para ser aplicada, tem o objetivo de isolar o regime de Damasco e seus aliados, especialmente Rússia e China que bloqueiam decisões no Conselho de Segurança para forçar a renúncia de Al-Assad.

Para o embaixador da Arábia Saudita, Abdallah al-Mouallimi, que apresentou o texto, a aprovação da resolução demonstra a condenação mundial ao governo sírio e à inação do Conselho de Segurança, em uma crítica implícita a Moscou e Pequim.

O embaixador da Rússia na ONU, Vitali Tchourkine, afirmou que a aprovação da resolução significa que a Assembleia Geral deu um “apoio flagrante” à oposição armada na Síria.

Diante do fracasso da diplomacia internacional para resolver o conflito, o secretário-geral da ONU, Ban Ki - Moon disse que a crise síria se tornou uma “guerra por procuração” entre as grandes potências.

A França quer aproveitar o mês de agosto, quando assume a presidência do Conselho de Segurança, para concentrar os esforços internacionais em levar ajuda humanitária à população. A estratégia, segundo o embaixador francês na ONU, Gérard Araud, é alertar Moscou sobre um “desastre final”. O diplomata avalia que será difícil promover avanços no terreno diplomático, por isso a alternativa é focar sob o “ponto de vista humanitário”.

 

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