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Paquistão / Terrorismo

Atentado contra embaixada americana no Paquistão deixa ao menos 2 mortos

Um atentado suicida com um carro-bomba visando diplomatas americanos deixou ao menos dois mortos e cerca de vinte feridos nesta segunda-feira em Peshawar, principal cidade do noroeste do Paquistão e bastião dos rebeldes talibãs.

Veículo danificado após ter sido atingido por um atentado suicida em Peshawar nesta segunda-feira.
Veículo danificado após ter sido atingido por um atentado suicida em Peshawar nesta segunda-feira. REUTERS
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O atentado aconteceu de manhã perto dos escritórios do Alto Comissariado da ONU para os refugiados e de um bairro residencial onde vivem funcionários do consulado americano e dos escritórios de ongs estrangeiras.

Há uma certa confusão sobre o balanço deste atentado. Várias fontes paquistanesas afirmaram à agência France Presse que ele havia deixado quatro mortos, dos quais dois americanos, enquanto Washington indicou "não estar informada" sobre a morte de seus cidadãos.

Segundo fontes paquistanesas, um kamikaze trombou com seu carro-bomba em um comboio de dois veículos. O primeiro deles era um veículo diplomático americano que foi quase inteiramente destruído pelo impacto. E um jornalista da Agência France Presse viu um passaporte americano parcialmente queimado que havia sido retirado da carcaça do veículo.

"Após a explosão, as pessoas que se encontravam no veículo de trás retiraram as pessoas do veículo da frente" e as levaram rapidamente para um complexo americano, disse Mian Iftikhar Hussain, ministro da Informação da província local de Khyber Pakhtunkhwa. "Ao menos quatro pessoas, duas delas americanas, morreram no ataque", acrescentou.

Cerca de vinte feridos e dois mortos que não estavam nesses dois veículos foram transportados para um hospital local.

O encarregado de negócios americano no Paquistão, Richard Hoagland, agradeceu "as forças de segurança paquistanesas" por terem "salvado a vida de dois diplomatas americanos e de dois funcionários locais do consulado de Peshawar após o ataque ao veículo deles".

Em um comunicado, a embaixada americana falou somente do destino de seus funcionários do consulado, deixando aberta a possilibilidade que cidadãos americanos não diplomatas tenham sido mortos ou feridos. Mas logo em seguida um de seus porta-vozes declarou à agência France Presse que "não tinha notícias de nenhum americano morto".

A chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, qualificou esse atentado suicida de "covarde" e elogiou o trabalho das autoridades paquistanesas. O governo paquistanês também condenou o ataque e garantiu que seus autores serão encontrados e julgados.

A violenta explosão desta manhã escavou uma cratera na rua, danificou vários veículos e destruiu os muros de casas vizinhas. O atentado não foi reivindicado, mas a maneira como ele foi feito lembra os ataques cometidos pelos talibãs paquistaneses aliados à Al-Qaeda, que denunciam o apoio de Islamabad à "guerra contra o terrorismo" americana na região.

Esse ataque acontece bem no momento em que Washington está tentando convencer Islamabad a lançar uma ofensiva terrestre contra os talibãs no Waziristão do Norte, seu principal bastião tribal do noroeste.

Os rebeldes também são frequentemente alvo de ataques de "drones" (aeronaves não tripuladas) americanos na região. O Paquistão considera que esses ataques são uma violação de sua soberania nacional e atiçam os sentimentos antiamericanos já muito fortes na população desse país muçulmano de mais de 180 milhões de habitantes.

Washington não planeja encerrar essas operações destinadas sobretudo a evitar que os talibãs e combatentes da Al-Qaeda se reúnam para organizar ataques no Afeganistão ou no Ocidente.
 

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