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Paquistão/tragédia

Incêndios no Paquistão matam mais de 300 pessoas

Em menos de quatro horas, dois incêndios mataram pelo menos 310 pessoas nas duas maiores cidades do Paquistão. Os incidentes expõem a fragilidade do setor industrial local e a falta de normas de segurança para as fábricas do país.

Incêndio em fábrica têxtil na cidade de Karachi no sul do Paquistão.
Incêndio em fábrica têxtil na cidade de Karachi no sul do Paquistão. REUTERS/Akhtar Soomro
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O primeiro incêndio começou no início da noite desta terça-feira, em uma fábrica de calçados na cidade de Lahore, no leste do país. De acordo com autoridades locais, 21 pessoas morreram neste incidente. Segundo Tariq Zaman, um responsável do governo paquistanês, o incêndio de Lahore foi provocado por um curto-circuito.

O segundo incêndio, ainda mais trágico, aconteceu na usina de têxtil de Karachi, cidade do sul no país com 17 milhões de habitantes e considerada o centro do setor industrial do Paquistão. "Já contamos 289 mortos, mas não conhecemos ainda as causas dessa tragédia", declarou o representante da administração municipal, Roshan Shaikh. As equipes de resgate tiveram dificuldade para entrar no prédio da fábrica, onde mais vítimas ainda podem ser encontradas. "Nós conseguimos resgatar mais corpos no subsolo do que nos andares superiores. Por isso, acho que o número de mortos pode ser ainda maior", lamentou o chefe dos bombeiros, Ehtesham Salim. Na manhã desta quarta-feira, o subsolo estava completamente queimado e uma fumaça densa ainda saía do prédio. As instalações continuam a ser resfriadas pelos bombeiros, devido ao grande calor causado pelo incêndio.

As causas da catástrofe de Karachi ainda não são conhecidas. Mas a superlotação e as más instalações são apontadas como fatores responsáveis pelo grande número de mortos. "A usina não foi construída sob condições normais de segurança. Além disso, ela estava lotada, com pouca ventilação e sem saída de emergência", afirmou Tariq Zaman, que lembrou que cerca de 600 a 700 pessoas estavam presentes na fábrica.

O ministro da Indústria do Paquistão anunciou a abertura das investigações e pede que os proprietários das fábricas sejam incluídos numa lista de pessoas impedidas de deixar o país. Eles serão investigados por negligência e as autoridades já ordenaram que os proprietários paguem indenizações às vítimas.

Os incêndios no Paquistão mostram a vulnerabilidade do setor manufatureiro, um dos pilares da economia do país, já prejudicado pela crise energética, que provoca inúmeras panes de eletricidade no setor industrial.

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