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ONU/Síria

Crimes de guerra na Síria devem ser julgados pelo TPI, diz brasileiro na ONU

A comissão de investigação da ONU sobre a Síria defende que o caso sírio seja levado ao Tribunal Penal Internacional. A recomendação foi feita esta manhã pelo presidente da comissão, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, diante do Conselho dos Direitos Humanos da ONU em Genebra.

Paulo Sérgio Pinheiro apresenta novo relatório da comissão de investigação da ONU sobre a Síria, nesta segunda-feira, em Genebra.
Paulo Sérgio Pinheiro apresenta novo relatório da comissão de investigação da ONU sobre a Síria, nesta segunda-feira, em Genebra. Reuters
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As violações aos direitos humanos na Síria aumentaram em número, ritmo e intensidade, disse Pinheiro, recomendando formalmente ao Conselho de Segurança, única instância com esse poder, a acionar o Tribunal Penal Internacional.

A equipe de investigadores dirigida pelo brasileiro constatou crimes de guerra cometidos pelos dois lados em conflito. Em maior escala pelas forças do presidente Bashar al-Assad e suas temidas milícias, os Chabiha, mas também de parte dos rebeldes em sua luta para derrubar o regime. Os investigadores reuniram uma "quantidade impressionante de provas", segundo Pinheiro, e estabeleceram uma nova lista de pessoas e grupos que poderão ser processados na justiça.

Pinheiro relatou a presença de extremistas islâmicos combatendo ao lado dos rebeldes ou de forma independente, o que representa um risco de radicalização do conflito. As tensões interreligiosas se agravaram nos últimos meses, principalmente nas províncias sírias de Latakia e Idlib, causando preocupação às Nações Unidas.

Em um ano, a equipe de investigadores produziu vários relatórios apontando crimes e abusos contra os civis na Síria, mas nunca conseguiu autorização do regime para entrar no país. O conflito, iniciado há 18 meses, já causou a morte de 27 mil pessoas, gerou milhares de refugiados e deixou boa parte das principais cidades do país destruídas.

O novo mediador internacional da ONU para a Síria, Lakhmar Brahimi, acaba de encerrar sua primeira visita ao país, uma missão que os rebeldes consideram um fracasso, afirmando que "a comunidade internacional não quer ajudar o povo sírio como se vê pelo bloqueio no Conselho de Segurança da ONU", disse hoje o coronel-chefe do conselho militar rebelde, Abdel Jabbar al-Oqaidi, em Aleppo.

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