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Síria/Crise

Emissário da ONU promete "novas ideias" após fracasso de trégua na Síria

O mediador da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, se prepara apresentar novas idéias ao Conselho de Segurança, durante reunião marcada para novembro, para tentar estabelecer o diálogo entre o regime sírio e seus opositores. É o que afirmaram à agência de notícias AFP diplomatas das Nações Unidas, diante do fracasso do cessar-fogo negociado por Brahimi para vigorar durante a Festa do Sacrifício, uma das principais celebrações do calendário muçulmano.

Imagens da destruição de prédios nas proximidades de Damascos de um ataque aéreo atribuído pelos rebeldes à aviação síria.
Imagens da destruição de prédios nas proximidades de Damascos de um ataque aéreo atribuído pelos rebeldes à aviação síria. REUTERS/Maawia Al-Naser/Shaam
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A espiral de violência continuou neste domingo no país com novos bombardeios aéreos da aviação síria e ataques dos opositores do presidente Bashar Al-Assad em diversas regiões, enterrando definitivamente qualquer esperança de um cessar-fogo como esperava o emissário da ONU.

Desde sexta-feira, dia em que a trégua deveria ter entrado em vigor, cerca de 300 pessoas já morreram no país, de acordo com o Observatório sírio de defesa dos Direitos Humanos.

Depois de ter feito pelo menos 146 mortos na sexta-feira e mais 114 no sábado, os combates violentos envolvendo as forças do regime e os rebeldes resultaram em pelo menos 23 mortos neste domingo, segundo a Ong que se apóia em informantes locais, entre moradores e fontes médicas de hospitais civis e militares.

O emissário Lakhdar Brahimi, que negociou uma trégua durante os quatro dias da Festa do Sacrifício, de sexta-feira até segunda-feira, deverá comparecer novamente diante do Conselho de Segurança da ONU no mês de novembro com “novas idéias de ação, segundo diplomatas das Nações Unidas. O objetivo será colocar na mesa de negociações, representantes do presidente Bashar Al-Assad e integrantes da oposição ao regime.

Nem os rebeldes nem o governo de Al Assad mostram disposição em depor as armas para negociar e as duas partes se acusam mutuamente pelo fracasso do cessar-fogo.

O exército sírio, que tenta retomar o controle de redutos rebeldes nas províncias de Damasco e Idleb, afirma que só responde a ataques iniciados pelos adversários. Os opositores disseram que a iniciativa do emissário da ONU já "nasceu morta" devido aos intensos bombardeios promovidos pelo regime.

Segundo um diplomata da ONU, “o processo político só deve começar depois que a Al- Assad e seus opositores se confrontarem a tal ponto que não restará outra solução". Mas até lá Lakhdar Brahimi terá “algumas idéias”, garantiu.

 Em abril, uma outra iniciativa de cessar-fogo, apresentada na época pelo emissário da ONU, Kofi Annan, fracassou poucas horas depois de entrar em vigor.

Peregrinação

 Em Meca, onde mais de 3 milhões de fiéis participaram dos últimos rituais da tradicional peregrinação à ciade sagrada dos muçulmanos, milhares de sírios exibiram a bandeira da revolução e gritaram slogans contra o regime, segundo a agência AFP.

A Síria não enviou cidadãos este ano à Meca devido a falta de um acordo com a Arábia Saudita. Mas o governo saudita concedeu 10 mil vistos de peregrinação à Meca para os refugiados sírios no Líbano, Turquia e Jordânia.

 

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