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Síria/Violência

Nova coalizão da oposição síria pede "armas adaptadas"

Novos combates entre rebeldes e soldados acontecem nesta terça-feira perto de Damasco e em Rass al-Aïn, onde os insurgentes tomaram recentemente o controle de um posto de fronteira com a Turquia, segundo a ong Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). No Cairo, onde acontece uma reunião interministerial da União Europeia e a Liga Árabe, a nova coalizão da oposição síria pediu "armas adaptadas" para se defender dos ataques de Bashar al-Assad.

Habitantes da cidade síria de Rass al-Ain atravessam a fronteira para se refugiarem na vizinha Turquia.
Habitantes da cidade síria de Rass al-Ain atravessam a fronteira para se refugiarem na vizinha Turquia. REUTERS
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A União Europeia, reunida nesta terça-feira no Cairo com a Liga Árabe, comemorou a formação de uma nova coalizão da oposição síria. O chanceler francês, Laurent Fabius, declarou que seu país defende o reconhecimento da coalizão como "representante legítima do povo sírio".

"Nós precisamos de armas adaptadas" para que a rebelião possa "colocar um fim no sofrimento dos sírios e no banho de sangue", afirmou o líder da nova coalizão, Ahmad Moaz al-Khatib, sem especificar que armas seriam essas. Ele também garantiu que sua organização representa a maioria da oposição.

O chanceler francês, Laurent Fabius, lembrou que os países europeus estão de mãos atadas opr um embargo sobre o envio de armas à Síria. Mas ele disse que "a coalizão nacional apresenta as coisas sob um novo ponto de vista", o dizer "que deseja poder se defender dos ataques de Bashar al-Assad e sobretudo dos ataques aéreos". "Esse é um ponto que vamos considerar".

A violência na Síria já causa uma vasta crise humanitária. Mais de 408 mil sírios se refugiaram nos países vizinhos e até quatro milhões de pessoas, de uma população estimada em pouco mais de 20 milhões, vão precisar de uma ajuda de emergência de agora até o início de 2013, segundo a ONU. O Crescente Vermelho sírio estima em 2,5 milhões o número de sírios que tiveram que abandonar suas casas devido aos combates. 

Ataques

Cerca de quarenta pessoas, das quais metade eram civis, morreram em Damasco e sua região, bombardeada pelo exército do regime de Bashar al-Assad.

Ao menos dez soldados e um rebelde morreram durante os combates no vilarejo de Kharbou, perto de Damasco. O confronto começou depois que os opositores realizaram um ataque contra prédios públicos. Em Daraya, a sete quilômetros do sul da capital, um rebelde e seis civis foram mortos quando o exército respondeu com tiros de artilheria a um ataque da rebelião contra barreiras militares, de acordo com a ong que conta com um vasta rede de militantes e de médicos em todo o país.

Em uma outra periferia da capital, Zamalka, a televisão de Estado afirmou que as forças de segurança haviam assassinado "um grupo terrorista armado", termo usado pelas autoridades para designar os rebeldes.

A agência oficial Sana informou que um atentado feriu vários civis e provocou danos importantes em Aïn al-Fijé, a noroeste de Damasco, sem outras precisões.

E em Damasco quatro rebeldes morreram nos combates, dos quais três em Tadamoun, um dos bairros do sul da capital bombardeados pela artilharia, sempre segundo o OSDH. Já a televisão pública informou que o exército matou vários "terroristas", em diferentes periferias da capital.

Em Rass al-Ain, um cidade de fronteira do nordeste curdo, a aviação bombardeou os rebeldes, que também eram alvo de tiros de artilheria, de acordo com a ong. Um comandante opositor e um rebelde morreram durante os confrontos com o exército.

Segundo o OSDH, cerca de mil soldados foram enviados durante o dia à cidade, abandonada por seus habitantes, dos quais muitos fugiram para a vizinha Turquia.

O exército sírio também ataca as províncias de Deraa (sul), de Homs (centro) e de Idleb (noroeste). A aviação também realizou ataques contra Aleppo (norte), a segunda maior cidade do país, e Boukamal, na fronteira com o Iraque.

A ong informou ainda que o governador da província de Raqa (norte) teria sido gravemente ferido em um atentado que matou outras duas pessoas. Segundo um primeiro balanço, 63 pessoas morreram em todo o país nesta terça-feira vítimas da violência.

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