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Síria/Violência

Jornalista americano sequestrado na Síria é libertado

O jornalista americano Richard Engel e sua equipe, sequestrados na Síria há cinco dias, foram libertados, anunciou nesta terça-feira o canal de televisão para o qual eles trabalham, a NBC News. Os raptores de dois russos e um italiano capturados na segunda-feira pediram um resgate em troca da libertação dos reféns. Os rebeldes ganham terreno no campo de refugiados palestinos de Yarmuk, enquanto o vice-presidente sírio fala abertamente de suas divergências com o presidente Bashar al-Assad. 

Bairro de Tadamon, em Damasco, vizinho do campo de refugiados palestinos de Yarmuk que foi bombardeado pelas forças sírias no domingo.
Bairro de Tadamon, em Damasco, vizinho do campo de refugiados palestinos de Yarmuk que foi bombardeado pelas forças sírias no domingo. Reuters
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Richard Engel, de 39 anos, atravessou com sua equipe a fronteira da Turquia para entrar na Síria na última quinta-feira. Eles foram sequestrados e transportados para um local provavelmente próximo da cidade de Ma'arrat Misrin pour uma milícia favorável ao presidente Bashar al-Assad.

O canal NBC News afirmou nesta terça-feira que Richard Engel e sua equipe foram libertados "sãos e salvos" e já deixaram a Síria.

Na segunda-feira à noite, quando os sequestradores tentavam transferir os reféns para um outro local de detenção, eles encontraram um posto de controle ocupado por rebeldes sírios da brigada Ahrar al-Sham. No tiroteio com os soldados do posto dois sequestradores foram mortos. Os outros conseguiram fugir.

Rússia

A Rússia, principal aliada do governo sírio, vai mobilizar navios da marinha no mar Mediterrâneo para tirar seus cidadãos da Síria, caso isso seja necessário.

Dois russos foram raptados na Síria junto com um engenheiro italiano, e seus sequestradores pediram um resgate, anunciou nesta terça-feira o ministério russo das Relações Exteriores. Eles foram capturados enquanto viajavam de carro de Homs, no centro do país, a Tartus, onde a Rússia dispõe de uma base de aprovisionamento de apoio técnico.

Os três reféns trabalhavam em uma fundição síria privada situada perto de Homs. O comunicado especifica que "os sequestradores dos russos e do italiano contataram essa empresa por telefone para pedir um resgate".

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, afirmou que "todas as medidas necessárias estão sendo tomadas na Síria, assim como em outros países que podem influenciar a situação", para obter a libertação dos três homens.

Rebelião

Os rebeldes ganharam terreno nesta terça-feira no campo de refugiados palestinos de Yarmuk em Damasco. O exército sírio deu um prazo até 12h, no horário local, para que os 150 mil habitantes recolhessem seus pertences e partissem. Um habitante do campo disse que alguns obedeceram a ordem, enquanto outros moradores decidiram permanecer.

Segundo a ong Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), os rebeldes estão tentando tomar o controle do campo e expulsar as milícias palestinas favoráveis ao presidente Bashar al-Assad.

O campo se situa bem na linha de confronto entre as forças do regime e os rebeldes, e foi alvo no domingo de um ataque aéreo, pela primeira vez em 21 meses de combates.

Turquia

Soldados alemães chegaram nesta segunda-feira à noite na Turquia para preparar a instalação de mísseis Patriot perto da fronteira com a Síria. O parlamento alemão aprovou na sexta-feira o envio dos mísseis, pedidos pela Turquia à Otan para se proteger contra eventuais agressões sírias.

O governo alemão se disse favorável ao envio de duas baterias de mísseis Patriot e até 400 soldados. A Holanda e os Estados Unidos também estão envolvidos nessa missão. Cada um deve enviar igualmente duas baterias de mísseis e cerca de 400 soldados.

Governo

O regime sírio dá sinais de divisão. Em entrevista a um jornal libanês, o vice-presidente Farouk al-Chareh afirma discordar do presidente Bashar al-Assad e defende uma solução negociada com a rebelião armada.

"Assad detém todos os poderes do país. Mas há opiniões e pontos de vista diferentes no governo sírio", disse Chareh. Essa é a primeira vez que uma autoridade do governo fala abertamente sobre divergências na cúpula do Estado. Em um país autocrático como a Síria, ele só se exprime assim porque provavelmente conta com apoios importantes, analisam os especialistas.

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