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Egito/massacre

Massacre no Egito deixou mais de 500 mortos, diz Ministério da Saúde

O ataque das forças da ordem contra os partidários do presidente deposto Mohamed Mursi no Cairo e os confrontos violentos que aconteceram em várias cidades do Egito deixaram pelo menos 525 mortos nesta quarta-feira (14), de acordo com o Ministério da Saúde. Pelo menos 3572 pessoas ficaram feridas. Apesar do massacre, a Irmandade Muçulmana pediu aos seus correligionários que continuem nas ruas para protestar contra os militares e convocaram mais uma manifestação para hoje à tarde.

A violência no Egito deixou mais de 450 mortos segundo o Ministério da Saúde
A violência no Egito deixou mais de 450 mortos segundo o Ministério da Saúde REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
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Com a colaboração de Hugo Bachega, nosso correspondente no Cairo

De acordo o balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, pelo menos 200 pessoas morreram nas praças Rabaa al-Adawiya e Nahda, que estavam ocupadas há um mês e meio. Diversos estimativas, de fontes diferentes, estão sendo divulgadas desde ontem pelo governo egípcio. As primeiras estimativas mostravam que 327 civis morreram no massacre de ontem, quando as forças egípcias decidiram esvaziar à força duas praças no Cairo ocupadas por manifestantes pro-Mursi.

Segundo com um porta-voz da Irmandade Muçulmana, o número de vítimas já teria passado de 4500 pessoas. Pelo Twitter, o partido disse que o grupo permanecerá “forte e desafiador” e que continuará agindo até a queda do atual governo. Confrontos se espalharam pelo país ontem, e o governo interino decretou estado de emergência por 30 dias, o que dá mais poder às forças de segurança, inclusive para deter pessoas sem mandados.

Nas redes sociais, fotos e vídeos comprovam a violência da ação policial, que foi condenada por diversos países, entre eles os Estados Unidos. Agora há pouco, o Egito anunciou o fechamento da passagem de Rafah, que liga o país à faixa de Gaza.

A repressão policial provocou a demissão do vice-presidente interino, Mohamed el-Baradei, e também críticas dos Estados Unidos, da União europeia e da ONU. O Egito também decretou estado de emergência por um mês. O toque de recolher imposto ontem à noite foi encerrado no início da manhã e egípcios pareciam retomar a normalidade, um dia após ruas terem ficado desertas em diversas partes da capital, com pessoas evitando sair temendo a violência. Bancos, no entanto, deverão permanecer fechados hoje.

O presidente François Hollande convocou nesta manhã o embaixador do Egito em Paris. A reunião começou agora há pouco. Mas a condenação mais firme veio do mundo muçulmano, que fala em "massacre". Na Turquia, o premiê Recep Tayyp Erdogan pediu hoje que o Conselho de Segurança da ONU se reuna para discutir a crise no Egito e criticou a "hipocrisia" do Ocidente.
 

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