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Quênia/ Terrorismo

Após ataque, equipes de resgate buscam corpos em shopping no Quênia

As equipes de socorro buscam cadáveres e eventuais explosivos deixados pelos terroristas, no primeiro dia de luto nacional no Quênia após o ataque ao centro comercial Westgate em Nairóbi.  Uma pessoa de nacionalidade britânica foi detida pelas autoridades após o atentado. O ataque lançado no último sábado, reivindicado pelos rebeldes islâmicos somalis do grupo shebab, matou ao menos 61 civis, seis integrantes das forças de segurança quenianas e cinco atacantes, além de deixar cerca de 175 feridos.

A área do shopping Westgate em Nairóbi foi cercada pelo exército queniano.
A área do shopping Westgate em Nairóbi foi cercada pelo exército queniano. REUTERS/Thomas Mukoya
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O Quênia observa a partir desta quarta-feira um luto nacional de três dias. Essa foi a operação mais sangrenta em Nairóbi desde o atentado suicida da Al-Qaeda em agosto de 1998 contra a embaixada dos Estados Unidos, que havia deixado mais de 200 mortos.

O balanço ainda deve aumentar, porque parte do centro comercial desabou e pelo menos 60 pessoas ainda estão desaparecidas.

Por meio doTwitter, os extremistas shebab afirmaram nesta quarta-feira, 25 de setembro de 2013, que 137 reféns detidos pelos atacantes haviam morrido, e acusaram as forças quenianas de terem utilizado gás químico para acabar com o sequestro. E "para cobrir seus crimes, o governo queniano provocou o desabamento do prédio, enterrando as provas e todos os reféns sob os escombros", acrescentaram.

Parte do telhado e de três andares, de um total de quatro, desabaram na terça-feira. Integrantes das forças de segurança explicaram que a estrutura havia sido fragilizada por um incêndio que aconteceu na segunda-feira.

Buscas

Desde o início desta quarta-feira, as equipes de resgate estão trabalhando em torno do luxuoso centro comercial devastado por balas, explosões e chamas.

Especialistas em explosivos ajudados por robôs teleguiados inspecionam o prédio, verificando se os rebeldes deixaram bombas no local. Equipes de cães farejadores também procuram explosivos, além de corpos dos desaparecidos.

Socorristas e soldados usam máscaras e lenços para se proteger do mau cheiro muito forte que está saindo do centro comercial.

Um integrante da Cruz Vermelha informou à agência France Presse que os corpos que ainda estão dentro do Westgate deverão ser identificados com a ajuda de fotos, porque o estado de decomposição em que se encontram seria muito chocante para as famílias.

Especialistas médico-legais de outros países, incluindo Estados Unidos, Israel e Inglaterra, foram autorizados a participar da investigação. Durante o cerco, esses três países haviam apoiado as forças quenianas sem intervir diretamente - com a provável exceção dos israelenses, que segundo uma fonte teriam estado no Westgate.

Terroristas

O grupo de ativistas seria composto por 10 a 15 pessoas, segundo as autoridades. Cinco deles foram mortos pela polícia, mas outros talvez tenham sido soterrados junto com os reféns. Ainda não se sabe se alguns conseguiram fugir. Onze suspeitos foram presos, de acordo com o presidente queniano Uhuru Kenyatta.

O grupo shebab, que reivindicou o ataque já no sábado, disse agir em represália à intervenção do exército queniano na Somália desde o final de 2011, e ameaçou atacar com ainda mais força caso o Quênia não se retire.

Circulam rumores sobre a presença no grupo de combatentes estrangeiros, sobretudo americanos e britânicos, incluindo a britânica Samantha Lewthwaite, viúva de um dos kamikazes que cometeram os atentados de 7 de julho de 2005 em Londres, apelidada "viúva branca" pela mídia.

O grupo shebab "desmentiu categoricamente o envolvimento de uma mulher" no ataque, e Uhuru Kenyatta disse que não podia confirmar a participação de britânicos e americanos porque "os especialistas médico-legais estão trabalhando para identificar as nacionalidades dos terroristas".

O ministério das Relações Exteriores britânico revelou nesta quarta-feira que uma pessoa de nacionalidade britânica foi detida em Nairóbi após o ataque ao Westgate, mas não especificou se se trata de um homem ou uma mulher.

Depois de terem controlado cerca de 70% da Somália em 2009, os shebab foram expulsos da capital Mogadiscio por uma força africana e empurrados para as zonas rurais do sul do país, onde continuam a declinar. Eles tentam recrutar voluntários para o jihad mundial no Ocidente, sobretudo nas comunidades somalis na Europa do norte e nos Estados Unidos.

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