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Egito/Prisões

Egito processa jornalistas por envolvimento com terrorismo

Um grupo de 20 jornalistas da rede de televisão Al-Jazeera será julgado no Egito, acusado de envolvimento com organizações terroristas. Além de 16 egípcios, dois britânicos, um australiano e um holandês estão sendo processados por terem supostamente transmitido “notícias falsas” e por suas ligações com a Irmandade Muçulmana. A comunidade internacional criticou a iniciativa.

A rede de televisão afirma que o processo contra seus jornalistas no Egito é uma afronta à liberdade de expressão
A rede de televisão afirma que o processo contra seus jornalistas no Egito é uma afronta à liberdade de expressão www.boytownmag.com/DR
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Segundo a procuradoria do Cairo, os 16 repórteres egípcios são acusados de pertencerem a uma organização terrorista e de terem ferido “a unidade nacional”. Já os quatro estrangeiros são processados por “divulgar notícias falsas visando informar o mundo de que o país estaria em guerra civil”. Por enquanto, apenas oito jornalistas estão presos e os demais estão sendo procurados pelas autoridades.

Mesmo se os nomes dos acusados não foram divulgados, sabe-se que três jornalistas do serviço em inglês da Al-Jazeera foram presos em um hotel no Cairo. O correspondente australiano Peter Greste, o produtor egípcio-canadense Mohamed Adel Fahmy e o produtor egípcio Baher Mohamed foram detidos no dia 29 de dezembro.

Essa é a primeira que jornalistas da imprensa internacional são julgados no Egito. O processo se baseia na lei que considera a Irmandade Muçulmana como uma organização terrorista. “O mundo inteiro sabe que as acusações são infundadas”, declarou, por meio de um comunicado, a emissora de televisão baseada no Qatar. “Isso é uma afronta à liberdade de expressão, aos direitos dos jornalistas de divulgar os diferentes aspectos dos eventos e ao direito da população de saber o que está acontecendo”, completou a Al-Jazeera.

Reações

A Anistia Internacional qualificou a decisão da justiça egípcia de “retrocesso para liberdade de imprensa” e pediu a “libertação imediata e sem condições” dos três jornalistas detidos em dezembro. “Com as eleições presidenciais que se aproximam (no Egito), a imprensa livre é essencial”, declarou o secretário geral da organização, Salil Shetty.

A diplomacia dos Estados Unidos também reagiu com firmeza à notícia. “O fato de que o governo vise jornalistas baseado em argumentos falsos é não apenas um erro, mas também uma prova do desdém monstruoso pela proteção dos direitos fundamentais e das liberdades”, declarou a porta-voz do departamento de Estado Jennifer Psaki. Washington lançou nos últimos meses vários alertas contra os abusos das autoridades interinas no Egito. Os norte-americanos também já reduziram a tradicional ajuda militar que concedia ao Cairo.

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