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Egito/ governo

Novo premiê do Egito é do partido de ex-ditador Mubarak

O ministro da Habitação do Egito Ibrahim Mahlab, membro do partido do ditador deposto Hosni Mubarak, tornou-se nesta terça-feira (25) o novo primeiro-ministro do país. Mahlab foi encarregado pelo chefe de Estado interino, Adly Mansour, de formar um governo. Horas depois, o novo premiê declarou que vai trabalhar para “esmagar o terrorismo”.

O ministro da Habitação Ibrahim Mahlab foi nomeado nesta terça-feira primeiro primeiro-ministro do Egito.
O ministro da Habitação Ibrahim Mahlab foi nomeado nesta terça-feira primeiro primeiro-ministro do Egito. REUTERS/Stringer/Files
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A nomeação aconteceu um dia depois da abrupta demissão do gabinete de Hazem el Beblawi, designado pelo exército depois da destituição, em julho, do presidente islamita Mohamed Mursi. Mahlab é um dos líderes do partido do ex-ditador Hosni Mubarak, deposto no início da chamada Primavera Árabe, em fevereiro de 2011.

O novo premiê é um engenheiro de 60 anos e dirigiu a empresa governamental Arab Contractors, uma das companhias de construção mais importantes do país. Ele foi senador durante a presidência de Hosni Mubarak.

Esmagar o terrorismo

Horas depois de ser empossado, o primeiro-ministro indicado disse que seu governo vai trabalhar para acabar com o terrorismo e que espera formar seu novo gabinete em “três ou quatro dias”. “Vamos trabalhar juntos para restaurar a segurança no Egito e esmagar o terrorismo em todos os cantos”, disse Ibrahim Mahlab em entrevista coletiva.

Segundo ele, essa política, iniciada pelas autoridades do exército, “criará as condições para o retorno dos investimentos e do turismo”. O novo premiê prometeu se concentrar na economia e na segurança do país, abandonado pelos turistas e com atentados quase diários contra as forças policiais e militares.

Seus opositores o associam ao antigo regime. Militantes da oposição e o único candidato declarado à presidência até o momento, o líder da esquerda Hamdeen Sabbahi, temem um retorno de personalidades da era Mubarak e do poder autoritário, três anos após a revolução. Já os apoiadores de Mahlab o descrevem como um homem dinâmico, bem sucedido em sua área e próximo à população.

Eleições presidenciais

O Egito realizará eleições presidenciais entre março e junho, e tudo aponta que o chefe do exército, o marechal Abdel Fatah al Sissi, será candidato. Ele ainda não anunciou oficialmente a decisão de concorrer, mas não esconde a intenção de se apresentar nas eleições e é favorito para vencer o pleito. Para poder disputar, Sissi - ministro da Defesa e vice-primeiro-ministro do atual governo - precisa se demitir do governo ou se aposentar do exército.

O país está mergulhado em uma espiral de violência desde a destituição e prisão de Mursi, o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito, em 3 de julho, pelo exército. Desde então, seus aliados e a Irmandade Muçulmana, à qual pertence, têm sido violentamente reprimidos, com mais de 1,4 mil mortos, segundo a Anistia Internacional, e milhares de prisões.
 

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