Europa diz que não há garantia de acordo final com o Irã
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, declarou neste domingo (9) que as negociações sobre o nuclear iraniano eram difíceis e sem “garantia de sucesso”.
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Em sua primeira visita ao Irã após assumir a chefia da diplomacia europeia, Catherine Ashton afirmou neste domingo que o processo de negociação sobre o programa nuclear iraniano é complexo. “Estamos envolvidos em negociações difíceis, não há garantia de sucesso, mas devemos estabelecer o objetivo de chegar a um acordo”, declarou Ashton. Uma nova rodada de conversas será iniciada em Viena no próximo dia 17 de março.
Em novembro do ano passado, em Genebra, o Irã e as grandes potências do grupo 5 + 1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) chegaram a um acordo provisório que expira no dia 20 de julho deste ano. Esse acordo prevê, entre outros pontos, o congelamento de atividades consideradas sensíveis em troca de uma suspensão parcial das sanções econômicas aplicadas ao Irã.
Em janeiro deste ano, novas rodadas foram lançadas com a meta de preparar um acordo global e definitivo. Mas, para chegar a esse estágio avançado de negociações, ainda existem vários obstáculos. Um dos pontos mais delicados é a questão do enriquecimento de urânio de Fordo e do reator de água pesada de Arak. Os negociadores ocidentais exigem o fechamento dessas duas unidades, algo que é contestado por Teerã.
Mas, durante a entrevista de Ashton e de seu homólogo iraniano, Mohammad Javad Zarif, os dois procuraram demonstrar cordialidade. A chefe da diplomacia europeia declarou que o presidente iraniano Hassan Rohani quer “atar uma relação nova com a União Europeia”, especialmente no âmbito energético e comercial. “Minha presença no Irã mostra a vontade que a União Europeia tem de ter relações melhores e mais eficazes concomitantemente às negociações nucleares”, disse Ashton.
Já o chanceler iraniano afirmou que seu país tem mostrado boa vontade nas negociações e que também deseja chegar a um acordo, mas reiterou que “Teerã aceitará uma solução somente se seus direitos forem reconhecidos”. O Irã insiste que tem o direito de enriquecer urânio com fins pacíficos, mas a comunidade internacional, sobretudo Israel, desconfia que o material possa ser usado com fins militares.
Em Israel, a visita de Ashton ao Irã foi recebida com críticas. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu provocou: “Será que ela [Catherine Ashton] vai perguntar aos seus anfitriões iranianos sobre o fornecimento de armas para grupos terroristas?”
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