Hamas anuncia acordo com OLP e Israel bombardeia Faixa de Gaza
O movimento Hamas e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) anunciaram um acordo nesta quarta-feira (23) para a formação de um governo de união nas próximas semanas. Pouco depois do comunicado ser divulgado, a aviação israelense bombardeou o norte da faixa de Gaza, ferindo seis palestinos.
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O acordo prevê a formação de um governo de união dentro de cinco semanas e a realização de eleições legislativas e presidenciais seis meses depois do voto de confiança do Parlamento. O último pleito nos territórios ocupados aconteceu em 2006 e as últimas eleições presidenciais foram vencidas por Mahmoud Abbas em 2005.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, e o Fatah, movimento de Mahmoud Abbas predominante dentro da OLP, divergiam sobre maneiras de aplicar o acordo de reconciliação, assinado em 2011 no Egito e em Doha, em fevereiro de 2012. O objetivo era colocar um fim à divisão política entre Gaza e a Cisjordânia.
Ambos os lados temiam gerar novas tensões nas relações com Israel, mas acabaram chegando a um acordo. "É uma boa novidade que anunciamos para nosso povo: o tempo das divisões chegou ao fim", disse Ismaïl Hanieyhn, chefe do governo de Hamas em Gaza.
Premiê israelense acusa palestinos de "abortar processo de paz"
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou os palestinos nesta quarta-feira de abortar o processo de paz. "Em vez de escolher a paz com Israel, Abbas optou pela paz com o Hamas", disse o premiê. O negociador para a Palestina, Saëb Erakat, respondeu que seria difícil obter a paz sem uma reconciliação prévia.
Em resposta à decisão palestina, a aviação israelense bombardeou o norte da Faixa de Gaza, deixando seis palestinos feridos, um em estado grave. O governo israelense também cancelou a próxima sessão de negociações com a Autoridade Palestina.
O processo de paz entre Israel e os palestinos foi relançado em julho passado pelo chefe da diplomacia americana, John Kerry. Nesta terça-feira, o nono encontro entre os negociadores israelenses e palestinos, na presença do mediador americano Martin Indyk, não trouxe nenhum resultado.
"Continuaremos a nos encontrar com a delegação israelense até o dia 29 de abril. Mas está claro que Israel não tem interesse em alavancar o processo de paz", disse o negociador palestino. Ambas as partes pedem um prolongamento do prazo para as negociações de paz, estabelecido até o dia 29 de abril.
O presidente palestino aceitou dar continuidade às discussões, desde que Israel libere os prisioneiros, suspenda a construção de novos assentamentos e aceite discutir a delimitação das fronteiras do futuro Estado palestino.
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