Acidente em mina já matou 282 e gera revolta contra o governo turco
Subiu para 282 o número de mortos no acidente de mina na Turquia na terça-feira (13). Cerca de 90 mineiros continuam soterrados e as chances de resgatá-los com vida são mínimas. A tragédia, a pior do setor de mineração turco, provoca protestos contra o governo.
Publicado a: Modificado a:
As autoridades turcas acreditam que as chances de encontrar sobreviventes, quase dois dias após a explosão na mina de carvão de Soma, no oeste da Turquia, são consideradas muito pequenas e avisam que o saldo de mortos deve aumentar.
As equipes de resgate trabalharam durante toda a noite, mas nas últimas 12 horas nenhum mineiro foi retirado com vida do local, admitiu esta manhã o ministro turco da Energia, Taner Yildiz. No total, 787 mineiros estavam na mina no momento do acidente, provavelmente provocado pela explosão de um transformador na tarde de terça-feira. Três dias de luto nacional foram decretados pelo governo.
Os familiares começaram a recuperar os corpos da vítimas na manhã desta quinta-feira (15) e os primeiros funerais acontecem durante a tarde. O acidente provou uma grande emoção e a indignação por todo o país. O não respeito de normas de segurança é apontado como um dos principais motivos da tragédia.
Os sindicatos do funcionalismo público convocaram uma greve hoje para denunciar a responsabilidade e a negligência do governo islamo-conservador do premiê Recep Erdogan no "massacre de Soma", como eles qualificam o acidente. Sindicatos de outras categorias também pediram aos trabalhadores para aderir ao movimento, usar roupas pretas em sinal de luto e protestar hoje nas ruas do país contra o governo.
Erdogan foi alvo de protestos durante visita
O drama acontece num momento político delicado na Turquia. Apesar da vitória do partido no poder nas últimas eleições municipais, a tensão com a oposição continua grande quase um ano após as primeiras manifestações anti-governo da Praça Taksim.
O premiê Erdogan visitou ontem a mina acidentada e foi alvo de intensos protestos. Os manifestantes vaiaram e chutaram o carro do primeiro-ministro. Muitos manifestantes foram detidos pela polícia. Segundo a imprensa, Erdogan teve que se refugiar durante algum tempo em um supermercado enquanto a polícia restabelecia a ordem no local. Ontem, manifestações contra o regime foram reprimidas em Istambul e Ancara.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro