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EUA/Iraque

EUA iniciam ataques aéreos contra jihadistas no Iraque

Os Estados Unidos se envolveram diretamente no conflito no Iraque pela primeira vez desde a retirada de suas tropas do país em 2011, ao bombardear nesta sexta-feira (8) as posições dos combatentes jihadistas no Curdistão iraquiano.

As forças curdas dos peshmergas patrulham durante operação contra o Estado Islâmico no norte do Iraque nesta quinta-feira (7).
As forças curdas dos peshmergas patrulham durante operação contra o Estado Islâmico no norte do Iraque nesta quinta-feira (7). REUTERS/Stringer
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Dois caças norte-americanos lançaram bombas de 250 kg sobre uma peça de artilharia móvel do Estado Islâmico que havia alvejado as forças curdas em Erbil, informou o porta-voz do Pentágono, o almirante John Kirby. Ele explicou que os jihadistas representavam uma ameaça aos funcionários americanos baseados na capital do Curdistão. O chefe do exército iraquiano, Babaker Zebari, avaliou que esse apoio aéreo permitiria "enormes mudanças em campo nas próximas horas".

"Os oficiais do exército iraquiano, os peshmergas (curdos) e os especialistas norte-americanos estão trabalhando juntos para determinar os alvos", explicou Zebari, que falou também em possíveis ataques americanos na região de Sinjar, a oeste da cidade de Mossul, e em operações previstas em "cidades iraquianas controlados pelo Estado Islâmico".

Por sua vez, a França se disse "disposta a participar" da luta contra o movimento extremista sunita. Já a ONU explicou que está tentando estabelecer um corredor humanitário no norte do Iraque para permitir a evacuação dos civis ameaçados.

A Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos proibiu que aviões comerciais americanos sobrevoem o Iraque, devido a "situações potencialmente perigosas criadas pelo conflito armado" entre os combatentes do Estado Islâmico e as forças de segurança iraquianas.

Avanço dos jihadistas

Os combatentes do Estado Islâmico conseguiram uma nova vitória nesta quinta-feira (7) com a tomada de Karakosh, a maior cidade cristã do Iraque, e da represa de Mossul, a maior do país, que controla o abastecimento de água e eletricidade de toda a região.

Desde domingo, dezenas de milhares de pessoas abandonam suas casas por medo da chegada iminente dos jihadistas, que estão agora há cerca de 40 quilômetros de Erbil, capital da região autônoma do Curdistão, aliada de Washington.

Depois da tomada de Karakosh e outras áreas em torno de Mossul, que o Estado Islâmico controla desde 10 de junho, o patriarca caldeu Luis Sako anunciou que cem mil cristãos estão em fuga. A maior parte deles partiu para o Curdistão.

No domingo, a tomada de Sinjar, reduto da minoria curda da etnia Yazidi, considerada pelos jihadistas como "adoradora do diabo", já havia feito com que 200 mil civis abandonassem suas casas, segundo a ONU.

Alguns deles conseguiram fugir para o Curdistão ou a Turquia, mas outros milhares ficaram encurralados nas montanhas desérticas dos arredores, onde correm o risco de morrer de fome e de sede ou ainda de serem massacrados pelos jihadistas.

Em visita a Cabul, capital do Afeganistão, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou que a ofensiva do Estado Islâmico contra os Yazidis "mostra todos os sinais de um genocídio". Apontando o risco de novos massacres, o diplomata explicou que os Estados Unidos haviam "tomado a decisão que era necessário salvar essas vidas".

Em Bagdá, a intervenção americana é vista de maneira cética, pois o primeiro-ministro Nuri al-Maliki pedia esses ataques aéreos desde o início do avanço dos jihadistas, em junho.
 

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