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Israel/Palestina

Negociadores deixam o Cairo e tensão toma conta de Gaza

Israelenses e palestinos voltaram a se atacar nesta terça-feira (19) interrompendo as negociações por um cessar-fogo durável e atirando a Faixa de Gaza de volta na angústia de um recomeço iminente para a guerra. De acordo com os socorristas locais, uma mulher e uma criança palestinas morreram e mais de 20 pessoas ficaram feridas nos bombardeios israelenses iniciados em represália a tiros de foguetes que atingiram Israel antes do fim da trégua que terminaria no primeiro minuto de quarta-feira, pelo horário local.

Crianças esperam atendimento em hospital de Gaza depois da retomada dos ataques
Crianças esperam atendimento em hospital de Gaza depois da retomada dos ataques REUTERS/Mohammed Salem
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A quebra do cessar-fogo causou a suspensão do diálogo indireto que negociadores dos dois lados travavam indiretamente e a duras penas no Cairo: os emissários israelenses foram chamados a Tel-Aviv sem perspectiva de retomar as discussões. Mais tarde, foi a vez dos palestinos retornarem. De acordo com o dirigente do Hamas Ezzat al-Rishq, as "chances de um acordo evaporaram", já que as conversas, intermediadas pelo Egito, "não levaram a lugar nenhum". Para ele, os únicos responsáveis por essa situação são os "invasores sionistas".

Fawzi Barhum, porta-voz do Hamas, afirmou que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu "bloqueou deliberadamente as negociações no Cairo", obrigando "a resistência a examinar todas as posições". De acordo com um responsável israelense, as negociações aconteciam sob condição do respeito total ao cessar-fogo. "Se o Hamas começa a atirar foguetes, o processo no Cairo perde o fundamento", afirmou essa fonte. No total, Israel afirma ter sido alvo de oito projetéis lançados a partir de Gaza antes do fim da trégua.

Novos refugiados

Com a retomada das hostilidades, os habitantes das regiões mais afetadas começaram a fugir aos milhares. Carregando mochilas e colchões, centenas de moradores deixaram o bairro de Chajaya para se abrigar em escolas da ONU adaptadas para virar campos de refugiados. Este bairro ao leste da Cidade de Gaza faz fronteira com Israel e é um dos mais afetados pelos ataques.

Não é possível saber se os ataques de terça-feira são uma simples demonstração do impasse nas negociações ou se eles anunciam a volta da guerra que matou mais de 2 mil palestinos e 67 israelenses em pouco mais de um mês. Mas o fim do cessar-fogo aponta fatalmente para um ressurgimento da tensão na Faixa de Gaza, que passou por oito dias de relativa calma, graças a uma sucessão de tréguas.

Estados Unidos

Os Estados Unidos se disseram preocupados com a interrupção nas negociações de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf condenou os ataques com foguetes contra Israel e afirmou que o Estado Hebreu tem o direito de se defender.

Ela pediu a retomada das negociações, o fim imediato dos ataques do Hamas e afirmou que o grupo islâmico é responsável pela segurança em Gaza. Nos últimos dias, Washington manteve uma atitude distante com relação ao conflito. A última intervenção direta foi quando o secretário de Estado John Kerry viajou para o Egito para ajudar mediar as conversas de paz.

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