Cúpula da Otan termina com anúncio de uma nova força militar multinacional
Ao final desta sexta-feira (5), que foi o segundo e último dia da cúpula da Otan em Newport, no País de Gales, a organização anunciou a criação de uma nova força multinacional de reação rápida. Batizada de Ponta de Lança, a tropa deverá contar com 4 mil soldados e será comandada por um general britânico. Informações da correspondente da RFI em Londres, Maria Luísa Cavalcanti.
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O primeiro-ministro David Cameron disse que a Grã-Bretanha deverá contribuir com até mil soldados. A força será capaz de se posicionar em zonas de conflito de dois a cinco dias depois de um grande ataque. A expectativa é de que o contingente esteja pronto para ser mobilizado a partir do fim de 2015.
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A criação dessa força foi vista como uma maneira de a Otan apoiar seus membros no Leste Europeu, como a Polônia, a Hungria, a Romênia e os países bálticos, que temem uma ação da Rússia semelhante ao que ocorreu na Ucrânia, com confrontos separatistas e a anexação da Crimeia.
Coalizão contra o Estado Islâmico
Também na cúpula, o governo dos Estados Unidos anunciou a formação de uma coalizão de dez países para combater o Estado Islâmico no Iraque. Depois de horas de intensas negociações e uma grande pressão por parte dos americanos para que a Otan entrasse de alguma maneira no combate aos jihadistas do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, o presidente Barack Obama pôde finalmente fazer o anúncio que tanto esperava.
Dez países-membros da aliança militar, entre eles a Grã-Bretanha, a França, a Alemanha e a Turquia, concordaram em formar o que foi chamada de “coalizão concentrada” para combater o Estado Islâmico. Obama afirmou que a decisão foi unânime porque a Otan entendeu que os militantes extremistas representam uma ameaça aos membros da aliança. O presidente americano reconheceu, no entanto, que essa coalizão poderá levar até três anos para eliminar os jihadistas da região.
O secretário de Estado John Kerry explicou que o objetivo do grupo será reforçar os ataques aéreos dos Estados Unidos às bases do Estado Islâmico no Iraque e apoiar as próprias forças de segurança iraquiana, sem precisar, como ele mesmo disse, que os soldados ocidentais "coloquem suas botas no solo".
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