Reunião internacional em Paris traça plano contra Estado Islâmico
A decapitação de um terceiro refém ocidental pelos extremistas do Estado Islâmico reforçou a determinação da comunidade internacional a acabar com o grupo. Os contornos da vasta coalizão internacional para combater os radicais serão definidos nesta segunda-feira (15) em uma conferência em Paris sobre a paz e a segurança no Iraque, onde os terroristas tomaram o controle de importantes territórios.
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Cerca de 20 países confirmaram participação na conferência, que vai delimitar o papel de cada um na coalizão internacional idealizada pelos Estados Unidos. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, incluindo a Rússia, confirmaram presença. A reunião será aberta pelos presidentes francês, François Hollande, e iraquiano, Fuad Massum.
Neste domingo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, descartou se unir aos Estados Unidos nos bombardeios aéreos a posições do grupo extremista no Iraque, pelo menos por enquanto. “Passo a passo, nós devemos encurralar, desmantelar e enfim destruir o Estado Islâmico”, declarou o premiê, em um pronunciamento na televisão. “Nós capturaremos os responsáveis [pelos assassinatos], qualquer que seja o tempo necessário para isso.”
Cameron destacou que não exclui nenhuma opção para combater o EI, à exceção de combates no solo, mas está recebendo cada vez mais pedidos de parlamentares conservadores e de ex-chefes militares para se unir aos Estados Unidos no lançamento de ataques aéreos. A última tentativa do premiê de obter apoio do Parlamento britânico a bombardeios contra a Síria, no ano passado, terminou em fracasso após os legisladores votarem contra a medida.
Vídeo
Neste final de semana, os radicais divulgaram um novo vídeo mostrando a decapitação do refém escocês David Haines, funcionário da organização humanitária francesa Acted. Ele trabalhava em um campo de refugiados na Síria, onde foi capturado em março de 2013.
No vídeo, o assassino, que pode ser o mesmo que executou os jornalistas americanos James Foley e Steven Sotloff, se dirige a Cameron. “Você entrou voluntariamente em uma coalizão com os Estados Unidos contra o Estado Islâmico, como o seu predecessor Tony Blair também fez”, afirmou, antes de dizer que essa aliança vai levar os britânicos a “outra guerra sangrenta e impossível de vencer”. Os extremistas ainda ameaçam de morte outro refém britânico, Alan Henning.
Apoios no Oriente Médio
O secretário de Estado americano, John Kerry, encerrou neste domingo uma maratona diplomática no Oriente Médio e conseguiu o apoio de 10 países árabes à coalizão, inclusive a Arábia Saudita, o Líbano e o Catar. Segundo os Estados Unidos, mais de 40 países estão dispostos a colaborar com a iniciativa para “destruir o Estado Islâmico”.
O presidente Barack Obama anunciou o envio de 1,6 mil soldados americanos ao Iraque para ajudar as forças do país, que são pouco treinadas. Obama também indicou a ampliação da ajuda militar aos rebeldes sírios moderados e a intenção de bombardear pontos estratégicos do Estado Islâmico na Síria, sem a colaboração ou o consentimento do regime do presidente Bashar al-Assad.
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