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Serra Leoa/Campanha

Serra Leoa inicia confinamento da população contra Ebola

Serra Leoa, um dos países da costa ocidental da África mais atingidos pelo Ebola, começou na noite de quinta-feira (18) o confinamento de sua população para evitar a propagação da epidemia. Até domingo, 6 milhões de pessoas devem evitar sair às ruas.

Agente de saúde oferece água a uma mulher contaminada pelo Ebola na cidade de Kenema, no leste da Serra Leoa.
Agente de saúde oferece água a uma mulher contaminada pelo Ebola na cidade de Kenema, no leste da Serra Leoa. handout photo provided by Unicef
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As autoridades da Serra Leoa recomendam à população só sair de casa para comprar água e comida. Se quiserem ir à igreja ou à mesquita para rezar, a ordem é ir a um local perto de casa, depois das 18h. O presidente Ernest Koroma afirmou ontem à noite, durante o lançamento da campanha de sensibilização no rádio e na TV, que "a situação é excepcional e exige medidas excepcionais".

O confinamento, inédito no país, gerou polêmica. O ex-presidente da ONG Médicos Sem Fronteiras Jean-Hervé Bradol julgou a iniciativa "altamente irrealista". Ele acha difícil que em três dias as autoridades consigam mapear toda a população.

As autoridades da Serra Leoa mobilizam 30 mil agentes de saúde para bater de porta em porta, em 1,5 milhão de casas, a fim de identificar portadores do Ebola. Os agentes vão distribuir sabonetes e folhetos explicativos sobre a doença, mas não vão entrar nas moradias. Caso notem que há pessoas doentes ou corpos de vítimas do vírus, eles informarão os serviços especializados de tratamento e remoção. O governo também criou comitês de bairro para monitorar diariamente os casos suspeitos.

As autoridades acreditam que a campanha vai ajudar a identificar 20% de novos casos da febre hemorrágica. Leitos adicionais foram criados em hospitais de todo o país para receber os pacientes. Até agora, Serra Leoa teve 1.673 casos diagnosticados e 562 mortes provocadas elo vírus Ebola.

"Urgência sanitária"

Ante a gravidade da epidemia, o Conselho de Segurança da ONU adotou ontem uma resolução, proposta pelos Estados Unidos, visando mobilizar recursos para conter a epidemia, considerada uma ameaça para a paz e a segurança internacionais. Raríssimas vezes na história, o Conselho de Segurança da ONU se pronunciou sobre uma crise de saúde pública. Para o Conselho, a epidemia do Ebola é uma "urgência sanitária".

A OMS publica hoje as conclusões de uma segunda reunião de seu comitê de urgência sobre o Ebola. O grupo foi criado para discutir medidas temporárias para frear a propagação do vírus.

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