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Nigéria/Terrorismo

Boko Haram nega trégua e libertação de estudantes sequestradas na Nigéria

O grupo radical islâmico Boko Haram negou neste sábado (1) ter concluído um acordo de cessar-fogo com as autoridades da Nigéria, como chegou a ser anunciado em meados de outubro. Em uma mensagem de vídeo, o líder do grupo, Abubakar Shekau, diz que as 219 estudantes sequestradas há seis meses em Chibok foram convertidas ao islamismo e casadas com combatentes. O líder extremista também afirmou deter um cidadão alemão como refém.

O movimento pela libertação das estudantes sequestradas em abril pelo Boko Haram organiza protestos frequentes na Nigéria.
O movimento pela libertação das estudantes sequestradas em abril pelo Boko Haram organiza protestos frequentes na Nigéria. REUTERS/Afolabi Sotunde
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Abubakar Shekau afirma no vídeo que as autoridades nigerianas "mentiram" sobre o suposto cessar-fogo e exlui qualquer perspectiva futura de negociação para a libertação das estudantes. Sobre o refém alemão, segundo o líder, ele foi sequestrado em julho no estado de Adamawa, na mesma região instável do nordeste da Nigéria onde o grupo atua. Consultado sobre o sequestro, o governo da Alemanha declarou que não faria comentários.

Em outubro, o anúncio de um suposto acordo com os extremistas tinha sido recebido com ceticismo por especialistas. Nos dias posteriores, o grupo continuou praticando ataques violentos. Além disso, o homem que se apresentou como negociador do Boko Haram, Danladi Ahmadu, era um desconhecido. No vídeo divulgado hoje, Shekau diz não conhecer Ahmadu. Mas o governo da Nigéria insiste que o governo vizinho do Chade mantém negociações com o grupo.

Estudantes teriam sido casadas à força

Esta é a primeira vez em cinco meses que o líder do Boko Haram se refere às estudantes sequestradas em um internato católico de Chibok, no dia 14 de abril passado. Na mensagem gravada de 12 minutos, ele diz que as jovens decoraram dois capítulos do Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, e foram convertidas ao Islã. Dando risada, Shekau afirma que "elas estão casadas em seus lares conjugais".

Num vídeo precedente, o Boko Haram havia ameaçado vender as estudantes como escravas sexuais, deixando a entender que também poderia trocá-las por extremistas islâmicos presos.

Segundo um relatório divulgado esta semana pela ONG Human Rights Watch (HRW), o Boko Haram detém mais de 500 mulheres e meninas como reféns. A prática de casamentos forçados é comum nos acampamentos dos radicais islâmicos, de acordo com a HRW.

O sequestro das jovens nigerianas gerou um movimento de solidariedade internacional nas redes sociais, sob o slogan "bring back our girls" (traga as nossas meninas de volta, em português).

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