Japão dissolve parte do Parlamento e terá eleições antecipadas
A Câmara baixa do parlamento japonês foi dissolvida nesta sexta-feira (21) por decisão do primeiro-ministro Shinzo Abe. A manobra visa convocar eleições antecipadas no país. O pleito é visto como um referendo sobre a política do premiê, questionado desde que a economia do Japão entrou em recessão.
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Dois anos e meio após chegar ao poder e faltando dois anos para o término de seu mandato, o premiê Shinzo Abe considerou necessária essa dissolução para rever uma lei votada em 2012 sobre a evolução do imposto sobre valor agregado. O premiê pretende adiar para abril de 2017 um segundo aumento do imposto que estava previsto inicialmente para outubro de 2015. O primeiro reajuste, adotado em abril deste ano, prejudicou a retomada do crescimento e contribuiu para o país entrar em recessão.
Ao justificar a dissolução, Abe explicou que toda decisão relativa ao sistema fiscal, que tem forte influência na vida da população, deve ter o aval dos eleitores. A decisão do premiê causou surpresa, já que ele dispõe de uma maioria confortável na casa, com o apoio de dois terços dos deputados.
As eleições antecipadas devem acontecer em 14 de dezembro e o número de cadeiras vai diminuir de 480 para 475.
Recessão
O Japão entrou em recessão no terceiro trimestre deste ano, com uma queda de 1,6% em seu Produto Interno Bruto (PIB). A baixa foi inesperada, pois o país havia registrado uma alta no imposto sobre vendas em abril. O premiê japonês continua defendendo a sua política econômica.
Segundo uma pesquisa de opinião publicada nesta sexta-feira no jornal Asahi Shimbun, a índice de popularidade do chefe do governo nunca esteve tão baixo. Abe dispõe de apenas 39% de aprovação da população.
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