UE apoia plano da ONU para criar áreas de cessar-fogo na Síria

Os ministros europeus das Relações Exteriores anunciaram nesta segunda-feira (15) seu apoio ao plano proposto pela ONU para instaurar áreas de cessar-fogo na Síria, especialmente em Alepo, no norte. A ideia foi lançada no dia 30 de outubro pelo emissário especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, para permitir a distribuição de ajuda humanitária.

Cidade de Alepo, que pela proposta da ONU, seria um teste para a criação de uma área de cessar-fogo. REUTERS/Mahmoud Hebbo

Segundo ele, a cidade de Alepo, dividida entre grupos pró-regime e opositores desde julho de 2012, seria uma "boa candidata" para testar essa iniciativa. A proposta está sendo negociada com os representantes do governo e da oposição a Bashar al-Assad.

Na chegada à reunião mensal dos chanceleres europeus em Bruxelas, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, declarou ser "importante encontrar meios concretos para ajudar essas iniciativas, especialmente o projeto de interromper os confrontos em Alepo". "É crucial por razões de ordem política, securitária e para os refugiados", acrescentou.

Sinal verde de aliados de Damasco?

Os ministros europeus das Relações Exteriores se encontraram na noite de domingo com Staffan de Mistura. Segundo o chanceler espanhol José Manuel Garcia Margallo, o emissário da ONU explicou que Alepo poderia servir de teste antes de instaurar áreas em outras cidades sírias.

O ministro luxemburguês, Jean Asselbom, lembrou, no entanto, que qualquer iniciativa de cessar-fogo teria que receber o aval da Rússia, do Irã e da Arábia Saudita, no âmbito do Conselho de Segurança da ONU.

Durante a tarde, os ministros europeus anunciaram que a União Europeia irá discutir "todos os meios necessários para apoiar concretamente a proposta do emissário da ONU".

Esse apoio poderia vir através da ajuda no restabelecimento da governança e da administração locais e de serviços de base. Os europeus também demonstraram disposição em participar dos "esforços para um retorno à normalidade nos locais onde o fim da violência permitir".