Acesso ao principal conteúdo
Paquistão/Terrorimo

Após massacre em Peshawar, Paquistão suspende moratória de pena de morte

O Paquistão anunciou nesta quarta-feira (17) o fim da moratória da aplicação da pena de morte, em vigor no país desde 2008. A decisão anunciada pelo primeiro-ministro Nawaz Sharif acontece um dia após o massacre em uma escola de Peshawar e é valida apenas para os casos de terrorismo. Com a decisão, as ordens de execução para os que estão no "corredor da morte" poderão ser assinadas dentro de um ou dois dias.

Homenagens de estudantes às vítimas do massacre em Peshawar.
Homenagens de estudantes às vítimas do massacre em Peshawar. REUTERS/Munish Sharma
Publicidade

O porta-voz do governo, Mohiuddin Wani, informou que a decisão de suspender a moratória da pena de morte foi tomada por um comitê interministerial e o primeiro-ministro aprovou a medida.

O porta-voz não informou quais condenados à morte serão atingidos pela decisão. Depois que a moratória foi adotada, em 2008, apenas uma execução foi aplicada.

A associação de assistência jurídica Justice Project Pakistan estima em mais de oito mil o número de condenados à morte no país. Segundo a ONG, cerca de 10% desses casos estão relacionados ao "terrorismo", um termo com definição vaga no direito penal paquistanês.

Cerca de 17 mil pessoas ainda aguardam um julgamento por terrorismo em tribunais pelo país. Em um relatório publicado nesta quarta-feira (17), a Justice Project Pakistan afirma que os suspeitos de terrorismo normalmente são submetidos a tortura e não têm direito a advogado.

Luto de três dias por massacre

O Paquistão começou a observar nesta quarta-feira o primeiro dos três dias de luto oficial decretado pelo governo. O ataque contra uma escola de Peshawar, revindicado pelos talibãs paquistaneses, foi o pior da história do país. O massacre deixou 141 mortos, entre eles 132 crianças, e provocou também uma onda de indignação mundial.

Centenas de lojas e escolas ficarão fechadas durante o dia e orações coletivas serão realizadas por todo o Paquistão em memória das vítimas.

Até os talibãs afegãos, normalmente aliados dos rebeldes paquistaneses e autores de vários atentados, condenaram o ato. O porta-voz do grupo disse que "a morte premeditada de inocentes, mulheres e crianças, é contrária aos princípios do Islã" e que os "talibãs afegãos choram junto com as famílias dos estudantes mortos".

Segundo o Exército paquistanês, o grupo de militantes talibãs fortemente armados e com coletes de explosivos que invadiu a escola de Peshawar, no noroeste do país, não tinha a menor intenção de fazer reféns. Eles começaram a atirar desde que chegaram ao local. O exército interveio e os nove talibãs que integravam o grupo morreram.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.