EUA recusam ajuda da Coreia do Norte para investigar ataques à Sony
Os Estados Unidos recusaram a proposta norte-coreana de abrir uma “investigação conjunta” sobre o ataque cibernético à Sony Pictures, e pediram a ajuda da China para bloquear os hackers norte-coreanos. Os americanos acusam Pyongyang de ser responsável pelo ataque, que levou a empresa a cancelar o lançamento do filme A Entrevista, uma sátira do regime norte-coreano que estrearia nos cinemas dos Estados Unidos neste Natal.
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“Se o governo norte-coreano quer propor ajuda, ele pode reconhecer a sua culpa e indenizar a Sony pelos prejuízos provocados por este ataque”, declarou Mark Stroh, porta-voz do Conselho de Segurança nacional.
"Falamos sobre o assunto com a China para compartilhar informações, expressar nossa preocupação com esse ataque e pedir sua cooperação", revelou neste sábado (20) um funcionário do governo americano, à agência de notícias AFP. Os dois país, acrescentou a fonte, concordaram que o fato de realizar “ataques destrutivos no ciberespaço é contrário a um comportamento apropriado”.
Coréia do Norte nega envolvimento
Na quarta-feira, após as ações dos hackers, a Sony Pictures anunciou o cancelamento do lançamento do filme. A Entrevista é uma comédia sobre um plano da Agência Central de Inteligência americana, a CIA, para matar o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Pyongyang nega qualquer envolvimento nos ciberataques, um dos maiores já sofridos por uma companhia americana, e propôs a Washington realizar uma “investigação conjunta” sobre o assunto. O regime ainda ameaçou os americanos de “graves consequências se recusarem a proposta e continuarem a evocar supostas represálias” ao país.
Estragos na Sony
A ação dos hackers provocou a paralisação do sistema de informática da Sony Pictures e resultou na divulgação, na internet, dos dados pessoais de 47 mil funcionários da empresa, documentos confidenciais – como o script do próximo filme James Bond -, cinco filmes do estúdio, alguns deles inéditos, e vários emails de dirigentes da companhia. A pirataria e o cancelamento de A Entrevista podem custar US$ 500 milhões à empresa.
O FBI, a polícia de investigações americana, atribuiu as invasões ocorridas em 24 de novembro à Coreia do Norte, ao compará-las a outras agressões ocorridas no passado que estavam diretamente ligadas a Pyongyang. Na sexta-feira (19), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, “confirmou” que o regime estava implicado e declarou que Washington jamais cederá diante de “qualquer ditador”. “Nós responderemos de uma maneira proporcional e o faremos em um momento, um local e uma maneira que ainda escolheremos”, advertiu Obama.
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