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Ucrânia/ conflito

Confrontos matam pelo menos 30 civis em cidade portuária da Ucrânia

Pelo menos 30 civis morreram e 90 ficaram feridos neste sábado (24) em bombardeios com lança-foguetes russos Grad em Mariupol, porto estratégico e última grande cidade do leste separatista pró-russo ainda controlada por Kiev. Os rebeldes prometeram prosseguir com uma ampla ofensiva, após retomarem o aeroporto de Donetsk, em violentos combates na quinta-feira.

Separatista faz a segurança de posto de controle pró-russo em Donetsk.
Separatista faz a segurança de posto de controle pró-russo em Donetsk. REUTERS/Alexander Ermochenko
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"Quinze pessoas foram mortas e 46 ficaram feridas, entre elas uma menina de 12 anos”, informa um porta-voz da prefeitura. O prefeito indicou que um mercado foi atingido pelos tiros, em um ataque contra um bairro populoso da localidade.

A cidade industrial de 500 mil habitantes se situa às margens do mar de Azov. A conquista de Mariupol criaria uma ligação terrestre entre a Rússia e a Crimeia, a península ucraniana anexada em março por Moscou.

O exército ucraniano afirmou que houve "disparos rebeldes com lançadores múltiplos de foguetes Grad, nos arredores de Mariupol", e que casas foram destruídas. O Estado-Maior da operação ucraniana no leste disse, em um comunicado, que "os rebeldes não se importam com a paz e executam as ordens do Kremlin para uma escalada da situação no Donbass", a região ucraniana que sofre desde abril com uma rebelião armada pró-Rússia.

Ofensiva separatista

Os rebeldes pró-russos do leste da Ucrânia prometeram prosseguir com uma ampla ofensiva após a violenta tomada do aeroporto de Donetsk. Kiev disse que reagrupou suas forças para reagir à agressão russa.

"Não haverá, da nossa parte, tentativas de negociação de uma trégua com as autoridades ucranianas", declarou o "presidente" da autoproclamada república de Donetsk, Alexander Zakharchenko. Ele prometeu "lançar uma ofensiva nas fronteiras da região de Donetsk".

Em Kiev, o secretário do Conselho de Segurança Nacional e da Defesa, Olexandre Turchinov, denunciou uma ofensiva conduzida, segundo ele, por "unidades regulares das forças armadas russas". "O objetivo da liderança política e militar da Rússia não é apenas controlar os territórios ocupados, mas destruir o Estado ucraniano", acusou.

Nesta sexta-feira, o exército ucraniano informou a morte de três soldados, além de 50 feridos. O conflito, iniciado em abril, tomou um novo rumo com a perda do aeroporto de Donetsk pelo exército ucraniano.

A União Europeia denunciou a escalada dos combates e pediu uma "investigação imparcial" sobre os bombardeios de quinta-feira, que mataram pelo menos 13 civis na cidade. A Rússia é acusada por Kiev e pelos ocidentais de apoiar militarmente a rebelião separatista pró-russa no leste da Ucrânia, onde o conflito fez mais de 5.000 mortes em nove meses. Atingido por pesadas sanções ocidentais por seu papel na crise, Moscou nega qualquer envolvimento na guerra.

Putin acusa Kiev

Nesta sexta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou as autoridades ucranianas de lançar uma grande operação militar contra os rebeldes pró-russos e de ser responsável por dezenas de mortes nos últimos dias no leste da Ucrânia.

"As autoridades de Kiev deram a ordem oficial para lançar uma grande operação militar que cobre praticamente toda a linha de contato" entre as forças regulares e os rebeldes pró-russos, utilizando artilharia e aviação contra setores populosos", declarou Putin, em uma reunião do Conselho de Segurança russo. "Eles usam artilharia, lança-foguetes e aeronaves, sem distinção entre os rebeldes e civis, inclusive contra áreas densamente povoadas", acusou o presidente russo.
 

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