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Terremoto/Nepal

Nepal sofre novo tremor de terra; número de mortos passa de 2,4 mil

Um novo tremor de terra, desta vez de magnitude de 6,7, atingiu o Nepal neste domingo (26). Ontem, um devastador terremoto de 7,9 na escala Ritcher, sacudiu o país. O número de mortos ultrapassa 2,4 mil pessoas. O fenômeno foi sentido em alguns países vizinhos, como Índia, China, onde dezenas de pessoas morreram. No Everest, o tremor provocou avalanches e matou ao menos 17 pessoas.

Um homem caminha pela cidade de Bhaktapur, gravemente atingida pelo terremoto no Nepal, neste sábado (25).
Um homem caminha pela cidade de Bhaktapur, gravemente atingida pelo terremoto no Nepal, neste sábado (25). REUTERS/Navesh Chitrakar
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A réplica do terremoto de hoje atingiu a região noroeste da capital Katmandu, com uma profundidade de 10 quilômetros. O tremor foi sentido novamente no monte Everest, provocando mais avalanches, de acordo com alpinistas no local.

O epicentro do terremoto de ontem foi a cerca de 80 quilômetros ao norte de Katmandu. O tremor foi superficial em termos de profundidade, o que intensificou sua força destrutiva. Mas os tremores foram sentidos até na capital indiana Nova Délhi, no Tibet e em Bangladesh.

Um balanço provisório divulgado hoje pelo ministério do Interior do Nepal indica que 2.430 pessoas morreram e mais de 6 mil estão feridas. Na Índia, o número de vítimas chegou a 56 e no Tibete, a 17.

Bairros reduzidos a ruínas

O cenário é de destruição total. Em Katmandu, bairros foram reduzidos a ruínas. A histórica torre Bhimsen ou Dharara, do século 19, que tinha 14 andares, desapareceu nos destroços. Mesmo as construções que resistiram ao fenômeno podem estar condenadas. Os habitantes preferiram dormir na rua, temendo que novos tremores derrubassem as casas que resistiram.

Os trabalhos de busca e salvamento continuam, mas algumas áreas atingidas estão inacessíveis. Muitas estradas estão bloqueadas pelos destroços. A rede telefônica, elétrica e o abastecimento de água foram cortados.

Na falta de máquinas e estrutura para os trabalhos de busca, socorristas e voluntários tentam mover os destroços com pás e com as próprias mãos. "Sabemos que ainda há muitas pessoas sob os escombros", declarou Santosh Nepal, que dirige um grupo de socorristas.

Nos hospitais, feridos chegam em massa e ambulatórios tiveram que ser improvisados na rua. Os médicos e enfermeiros não conseguem atualizar o número de vítimas. Testemunhas contaram aos jornalistas da AFP que corpos são empilhados no exterior dos hospitais e centros médicos.

O governo previu a instalação de barracas e a criação de abrigos nas escolas e prédios públicos que resistiram aos tremores. De acordo com um responsável do ministério do Interior, Rameshwor Dangal, as estradas serão reabertas e helicópteros devem chegar até os lugares inacessíveis, onde a população está isolada. "Nosso país está passando por uma situação de crise e precisamos de muito apoio e todo o tipo de ajuda", declarou o ministro da Informação, Minendra Rijal.

Avalanches no Everest

Consequência do terremoto, uma grande avalanche encobriu parte do acampamento principal no monte Everest ontem, a 5.500 mil metros de altitude. O presidente da Associação Nepalesa de Alpinismo, Ang Tshering Sherpa, declarou que 17 corpos foram encontrados e 61 pessoas estão feridas. Cerca de 15 pessoas em estado grave foram retiradas do local ontem por meio de helicópteros.

De acordo com o ministério do Turismo, mil pessoas, entre elas cerca de 400 alpinistas estrangeiros estavam no acampamento principal do Everest no momento da avalanche. Esta é uma época típica para o alpinismo no local. Uma centena de pessoas segue bloqueada nos acampamentos 1 e 2, um pouco acima do principal.

A réplica do terremoto neste domingo provocou o desbloqueio de mais camadas de neve no local. "Estamos vivendo um horror aqui no acampamento 1, as avalanches vêm de três lados", escreveu em sua conta no Twitter o alpinista Daniel Mazur.

Mobilização internacional

Vários países e organizações anunciaram o envio de ajuda ao país. Dos Estados Unidos, partiu um grupo para trabalhar nas operações de salvamento. O país também desbloqueou uma ajuda imediata de US$ 1 milhão. A Índia enviou aviões militares, material médico e equipes de socorro.

As ongs francesas Médicos do Mundo e Ação Contra a Fome trabalham no local. O presidente francês, François Hollande, declarou que o país está "pronto para responder aos pedidos de socorro e assistência" de Katmandu.

A Noruega prometeu uma ajuda de € 3,5 milhões. O Reino Unido enviou um grupo de especialistas em ajuda humanitária para o local. A Comissão Europeia também contribuiu com uma equipe para os socorros, mas deve incluir uma ajuda financeira.

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