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Hollande/ Cuba

Em Cuba, presidente François Hollande encontra Fidel Castro

O presidente francês François Hollande e o líder cubano Fidel Castro se encontraram na noite desta segunda-feira (11), em Havana, por 50 minutos, a portas fechadas. “Ele é a história”, declarou Hollande que, pouco depois, teve uma reunião oficial com Raúl Castro, irmão do “líder máximo”. Na agenda da visita, muito sobre economia, pouco sobre direitos humanos, como pedia a Anistia Internacional, entre outras organizações francesas.

François Hollande et Fidel Castro, le 11 mai 2015 à La Havane.
François Hollande et Fidel Castro, le 11 mai 2015 à La Havane. AFP PHOTO
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Com informações do enviado especial a Havana, Florent Guignard.

O encontro entre Hollande e Fidel estava planejado internamente, mas só foi confirmado no último minuto. O antigo ditador cubano, que esteve à frente do país por 49 anos, recebeu o francês em sua casa, com sua família. “Eu queria presenciar este momento histórico do país”, disse Hollande, após o encontro, se referindo à retomada das relações diplomáticas da ilha com os Estados Unidos. “É a história de Cuba, é a história do mundo, e eu tive diante de mim um homem que fez a história”, completou Hollande, na saída do encontro.

François Hollande encontrou um homem de 88 anos, famoso por ser um conhecedor da história da França, e que ele descreveu como “muito informado e muito alerta”. “É claro que existe um debate sobre qual foi seu lugar na história, quais foram suas responsabilidades. Mas, vindo a Cuba, eu queria encontrar Fidel Castro. Eu sei o que ele representou também para os povos, incluindo a França.”

O presidente social-democrata espera se aproximar da esquerda entusiasta da história cubana? “Não estou fazendo esta viagem por razões de política interior”, respondeu Hollande. “Ir a Cuba tem importância para o mundo. Eu tinha vontade de encontrar Fidel e ele queria encontrar a França”, explicou o presidente francês que, em seguida, teve uma reunião oficial com Raúl Castro, seguida de uma jantar.

A França renovou seu apoio a Cuba, mas manteve postura discreta sobre o tema direitos humanos. Hollande evocou com Raúl Castro a intenção de reforçar uma parceria entre Paris e Havana, para que a França tenha um papel de destaque nas relações da ilha com a União Europeia.

Obama que ir a Cuba

Sobre direitos humanos, a ministra francesa da Cultura, Fleur Pellerin, disse que os dois países também compartilham a intenção de cooperar em matéria educativa e cultural, “o que produz efeitos inclusive na maneira como os governos entendem as liberdades e alguns direitos”. “Mas acredito que é preciso deixar o país avançar no seu ritmo”, disse Pellerin.

Ontem mais cedo, na Universidade de Havana, o presidente francês pediu o fim do embargo econômico norte-americano e que o governo cubano facilite as regras para empresas francesas se instalarem na ilha.

Havana, por sua vez, prometeu usar sua influência na América Latina para fazer avançar a questão das mudanças climáticas antes do COP21, encontro sobre o tema que acontece em Paris no fim do ano. “Não ter feito esta viagem teria sido um erro”, declarou Hollande, visivelmente entusiasmado. “Acho que o meu exemplo será seguido por muitas outras visitas a Cuba.”

Quase ao mesmo tempo, em Washington, Barack Obama comunicou que planeja uma visita a Cuba no ano que vem. Já o Papa Franciso, que recebeu Raúl Castro no último domingo, irá a Havana no próximo mês de setembro.

 

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