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Migrantes/Ásia

Violência em barco à deriva deixa mais de 100 mortos na Ásia

Sobreviventes de um navio que passou uma semana à deriva na costa da Malásia relatam verdadeiros massacres entre os migrantes de Mianmar e Bangladesh que continuam em suas embarcações no mar. Cem pessoas teriam morrido em disputas travadas com machados, facas e barras de metal.

Barco lotado com migrantes resgatados pela marinha tailandesa perto da ilha de Koh Lipe, em 16 de maio de 2015
Barco lotado com migrantes resgatados pela marinha tailandesa perto da ilha de Koh Lipe, em 16 de maio de 2015 REUTERS/Olivia Harris
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Os migrantes dizem ter testemunhado cenas terríveis e sangrentas a bordo de um navio que foi abandonado na semana passada pela tripulação. Desesperados, os migrantes começaram a agredir e massacrar outros passageiros do navio na disputa pelo controle das reservas de mantimentos que estão acabando.

Os sobreviventes que relataram as cenas de caos e violência estão entre os 3 mil bangaleses e rohingyas - minoria muçulmana de Mianmar - que desembarcaram nos últimos dias na costa do sudeste asiático. Cansados e trazendo muitos ferimentos, eles fizeram seus relatos à agência AFP de um campo para acolhida de refugiados instalado na província de Aceh, na Indonésia.

Grupos rivais se acusam mutuamente de terem começado o confronto dentro do navio. "De repente, os bangaleses surgiram na parte superior do navio e começaram a agredir os que estavam lá", afirmou Asina Begun, uma rohingya de 22 anos, que se encontra atualmente em Langsa, assim como muitos outros sobreviventes.

Segunda ela, os que querem se salvar devem se atirar na água, mas seu irmão não conseguiu. Ele teria sido espancado até morte, e depois seu corpo foi jogado no mar.

Outra versão

Um dos bangaleses, Mohammad Murad Hussein, de 30 anos, disse que os rohingyas tentaram impedir a chegada de um grupo de Bangladesh para a parte superior do navio com golpes de machado e até lançando água quente e com pimenta.

Segundo Hussein, os bangaleses decidiram se defender. Por causa da agitação, a água invadiu o barco e provocou o naufrágio.  Muitos migrantes que sobreviveram à violência e à tragédia dizem estar sem contato com os parentes e temem que seus familiares pensem que estão mortos.
 

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