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Turquia/Eleições

Eleições legislativas deste domingo são prova de fogo para presidente Erdogan

Neste domingo (7), cerca de 54 milhões de eleitores vão às urnas para renovar o Parlamento do país, em uma votação crucial para o futuro do presidente Recep Tayyip Erdogan (AKP), há 13 anos no poder, que espera reforçar sua contestada dominação no país. Neste ano, um novo rival pró-curdo surge no cenário político e ameaça a maioria do poder.  

O presidente Recep Tayyep Erdogan com seu voto na mão, nas legislativas deste domingo, 7 de junho de 2015.
O presidente Recep Tayyep Erdogan com seu voto na mão, nas legislativas deste domingo, 7 de junho de 2015. Reuters/Murad Sezer
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Depois de uma campanha eleitoral violenta e um atentado a bomba que deixou dois mortos e mais de cem feridos na sexta-feira (5), durante o comício do partido pró-curdo HDP (Partido Democrático dos Povos), os turcos vão às urnas neste domingo.

Há 13 anos à frente do país, o partido islâmico-conservador AKP, do presidente Recep Tayyep Erdogan, deve vencer as eleições. Mas, pela primeira vez desde 2002, o poder está com a imagem enfraquecida diante dos eleitores, insatisfeitos com a crise econômica e a diretriz autoritária que tomou. As pesquisas de intenção de voto apontam entre 40% e 42% de votos a favor, contra 49,9% em 2011.

Esta perda evidente de confiança por parte do povo pode decidir o futuro do atual chefe de Estado, que resolveu apostar todas as cartas nesta eleição. Primeiro-ministro rigoroso durante 11 anos, Erdogan foi eleito presidente em agosto de 2014, passando o cargo para o antigo ministro das Relações Exteriores, Ahmed Davutoglu.

Aumento de poderes

Visando controlar o país com mão de ferro, Erdogan pretende reforçar seus poderes e modelar um regime presidencial à sua maneira, intenção vista com maus olhos pelos opositores, que temem que a Turquia se torne uma "ditadura constitucional".

Para atingir seus fins, ele precisa obter 2/3 das cadeiras do Parlamento com seu partido AKP, ou seja, eleger 367 dos 500 deputados da Casa. Mas, desta vez, o chefe de Estado se depara com um rival de peso nas urnas, que ameaça a sua hegemonia. Trata-se do jovem líder do partido pró-curdo HDP, Partido Democrático dos Povos, Selahattin Demirtas, que hoje é o principal adversário do AKP, mesmo se ainda não tem condições de esmagar a supremacia do partido islâmico-conservador de Erdogan.

O HDP é um movimento político em plena transformação e ascensão, que aspira representar todas as minorias e diversidades da sociedade turca, como os militantes LGBT, os estrangeiros, a esquerda e os desiludidos com o governo atual.

Cerca de 9.000 policiais e militares estão a postos em Diyarbakir, no sul do país, onde na sexta-feira ocorreram as explosões durante o comício do HDP. Erdogan inicialmente classificou as explosões de "provocação", mas depois, com a confirmação do atentado, apresentou suas condolências aos familiares das vítimas.

 

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