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Turquia

Atentado turco ainda por reinvindicar

As autoridades turcas acusaram hoje o grupo de Estado Islâmico como suspeito número um dos atentados deste fim-de-semana em Ancara que provocou a morte a 97 pessoas e deixou centenas de feridos. Quarenta e oito horas depois daquele que é já visto como o pior ataque terrorista da história do país, o atentado ainda não foi reivindicado . 

Atentado de Ancara que provocou, este fim-de-semana, a morte a 97 pessoas e deixou centenas de feridos
Atentado de Ancara que provocou, este fim-de-semana, a morte a 97 pessoas e deixou centenas de feridos AFP/AFP
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Num primeiro tempo o governo turco evocou a possibilidade dos separatistas turcos serem os mentores do atentado de Ancara, antes de privilegiar a organização do Estado Islâmico. No entanto esta segunda-feira as autoridades voltaram atrás " todos os indícios levam à pista do Estado islâmico".

Segundo os serviços de segurança, o atentado de Ancara assemelha-se ao atentado de Surç perto da fronteira com a Síria no passado mês de Julho. Trinta e duas pessoas morreram num ataque que foi atribuído aos jihadistas, mas que estes últimos nunca reivindicaram oficialmente.

Desmentido do Estado Islâmico

Esta manhã a organização publicou um texto em forma de desmentido na internet. Segundo o correspondente da RFI em Istambul, Jérôme Bastion, o site takvahaber.com, o órgão de propaganda turca dos jihadistas referiu-se ao encontro de sábado como um "ajuntamento de ateus" linguagem habitual quando se referem aos kurdos. Os comentários aparecem como um desmentido a qualquer responsabilidade do grupo do Estado islâmico no atentado de 10 de Outubro.

No site podemos ler que as razões do duplo atentado "não são conhecidas" e "poderão ser da autoria de kamikazes". Estamos longe dos habituais comunicados vingativos e triunfantes e ainda mais longe de uma reivindicação concreta. Esta postura enfraquece a tese oficial das autoridades turcas que tinham implicado o Estado Islâmico nos atentados de Diyarbakir, no início de Junho, e de Suruç no passado mês de Julho. Esta situação vem reforçar as suspeitas da oposição curda que acusa directamente os serviços secretos turcos que acusam de ter laços com os jihadistas.

Retoma dos bombardeamentos turcos

O cessar-fogo anunciado no passado pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão durou apenas algumas horas. Ontem, as autoridades turcas deram conta da morte de dois polícias durante a troca de tiros com os rebeldes curdos. Durante este fim-de-semana, enquanto o país estava a fazer o luto das vítimas de Ancara, o exército levou a cavo vários ataques contras a posições do PKK. Dezenas de rebeldes foram "eliminados" segundas as autoridades que referiram igualmente não se ter apercebido do cessar-fogo anunciado pelo PKK.

Este ataque sangrento vem mostrar que o governo do AKP está cada vez mais enfraquecido e isolado. O primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, recebeu no Domingo o chefe da oposição que lhe pediu para assumir as responsabilidades e de tomar decisões radicais.

Eleições legislativas em Novembro

As investigações estão em curso, mas a três semanas das eleições legislativas os líderes da oposição denunciaram a manipulação do governo neste atentado à bomba que visou uma manifestação organizada por grupos de esquerda em protesto contra a violência que Ancara desencadeou sobre os militantes separatistas curdos do grupo PKK. Após o fracasso do primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, para formar um governo de coligação em Junho, o país regressa às urnas dia 1 de Novembro.

 

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