Camboja: khmers vermelhos condenados
Dois altos dirigentes khmers vermelhos ainda vivos, foram condenados, esta sexta-feira, a prisão perpétua por genocídio, pela justiça do Camboja. Noun Chea e Khieu Samphan foram acusados de participação significativa e de encarnar o maoismo radical, durante o clima de terror instaurado pelo poder dos khmers vermelhos.
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Noun Chea de 92 anos, tido como o ideólogo e Khieu Samphan, chefe de Estado ex-Kampuchea Democrático, actualmente com 87 anos de idade, foram condenados a prisão perpétua por genocídio, quarenta anos depois da queda do regime khmer vermelho responsável pela morte de cerca de 2 milhões de cambojanos.
Durante este segundo julgamento, que será provavelmente o último feito a membros do regime maoista radical estabelecido entre 1975 e 1979 no Camboja, uma centena de testemunhas denunciaram decapitações, violações, bem como casamentos forçados e canibalismo, ocorridos durante a governação dos khmers vermelhos.
Noun Chea e Khieu Samphan começaram a ser julgados em Junho de 2011 pelo tribunal internacional que os condenou inicialmente por crimes contra a humanidade e agora reconheceu como genocídio a repressão aos vietnamitas, à comunidade muçulmana dos Chams, assim como a outras minorias religiosas do Camboja, durante a vigência khmer vermelha.
O mesmo tribunal que tinha julgado em 2012, Kaing Guek Eav, chefe da prisão S-21, nos subúrbios de Phnom Penh,onde foram torturadas e executadas quinze mil pessoas durante o regime khmer vermelho, confirmou em 2016 a prisão perpétua contra Chea e Samphan, inicialmente pronunciada em 2014.
Pol Pot, principal dirigente do regime khmer vermelho, faleceu em 1998, sem nunca ter sido objecto de um julgamento.
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