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Ditadura / Justiça

Argentina condena o último ditador do país

Um tribunal de Buenos Aires condenou nesta terça-feira a 25 anos de prisão Reynaldo Bignone, o último ditador argentino. Presidente da república em 1982, o ex-militar era acusado de vários crimes contra a humanidade, como sequestros e tortura de prisioneiros políticos.

O ex-presidente da Argentina, Reynaldo Benito Bignone, era um dos chefes do principal centro de detenção clandestino do país.
O ex-presidente da Argentina, Reynaldo Benito Bignone, era um dos chefes do principal centro de detenção clandestino do país. Reuters
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Reynaldo Benito Bignone foi presidente da Argentina entre 1982, após a derrota militar do país para o Reino Unido na guerra das Malvinas, e 1983, o último ano do regime militar.
Ele foi apontado como um dos chefes do Campo de Mayo, o maior complexo de detenção ilegal do país, nos anos 70. O centro de detenção também abrigou uma maternidade clandestina, que permitiu o roubo de bebês e a mudança de suas identidades para que as crianças fossem entregues a outras famílias.

O número exato de vítimas do regime militar ainda é uma incógnita. Pelo menos 4 mil opositores ao governo teriam passado pelo Campo de Mayo, mas os grupos de defesa dos direitos humanos falam de 30 mil desaparecidos.

Em 1983, poucos meses antes da volta à democracia, Bignone ordenou a eliminação dos arquivos da ditadura, principalmente aqueles que indicavam o paradeiro dos corpos dos prisioneiros políticos. Em 2005, a Corte Suprema da Argentina anulou as leis que concediam anistia aos militares, o que abriu caminho para os processos por violação de direitos humanos.

O ex-militar Reynaldo Bignone tem hoje 82 anos e até agora cumpria prisão preventiva domiciliar. Outros seis funcionários também foram condenados a diferentes penas no mesmo processo.

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