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EUA/Estupro

Estupro raramente engravida, diz deputado americano

Uma declaração feita por um candidato republicano ao Senado neste domingo, nos Estados Unidos, gerou uma grande polêmica. Defendendo sua oposição contrária ao aborto, o deputado Todd Akin, membro da comissão de ciências da Câmara de Representantes, disse que é ‘’raro que uma mulher engravide’’ depois de um estupro. O presidente Barack Obama se disse ‘’chocado’’

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A declaração, dada no domingo durante uma entrevista ao canal KTVI, suscitou reações imediatas nas redes sociais e foi criticada pelo presidente Barack Obama e o candidato à presidência, Mitt Romney. “O que eu ouço da boca dos médicos, é que uma gravidez depois de um estupro é muito rara. Em se tratando de um verdadeiro estupro, o corpo da mulher tenta, por todos os meios,  bloquear a fecundação’’, disse Akin, que concorre a uma vaga no Senado pelo estado de Missouri, e já foi eleito seis vezes no Congresso americano. Para ele, que é contra o aborto em qualquer circunstância, o estuprador é quem deve ser punido, não a criança.

O presidente Barack Obama julgou chocante a declaração do parlamentar. ‘’Um estupro é um estupro’’, disse Obama à imprensa nesta segunda-feira. ‘’A tentativa de qualificar tipos de estupro é inconcebível para o povo americano.’’ Em um comunicado, o candidato republicano à presidência, Mitt Romney, também criticou o comentário do correligionário, e afirmou que o governo Romney-Rian não se oporia ao aborto em caso de estupro.

Diante da polêmica, o deputado, considerado como o parlamentar mais conservador de Missouri, apoiado pelo Tea Party, tentou amenizar a situação, dizendo que tinha "se expressado mal". Em um comunicado, ele reconheceu que tinha cometido uma gafe, assegurando que sentia ‘’uma profunda empatia por milhares de mulheres vítimas de estupro todos os anos.’’

A senadora democrata do Missouri, Claire McCaskill, rival do deputado questionou "como o parlamentar pôde ignorar o trauma físico e emocional causado pelo estupro." Os republicanos defendem a revogação do decreto da Crote Suprema, de 1973, que autoriza o aborto. Um estudo do Jornal Americano de Ginecologia e Obstetrícia revelou que, anualmente, cerca de 32.101 casos de gravidez nos Estados Unidos são resultado de um estupro.

Legalização do aborto divide opiniões nos EUA

Uma pesquisa do Instituto Gallup, realizada em maio de 2012, mostrou que 20% dos americanos acreditam que o aborto deve ser ilegal em qualquer circunstância. Já 52% acha que é preciso regulamentar seu acesso, e 25% são favoráveis ao direito de interrupção da gravidez independentemente do motivo.
 

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