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Argentina/Protesto

Argentinos organizam maior panelaço dos últimos 10 anos

A Argentina assistiu nessa quinta-feira o maior panelaço dos últimos dez anos. A manifestação foi realizada em protesto contra medidas econômicas do governo, que estão freando o consumo. A população saiu às ruas nas principais cidades do país. 

Panelaço em Buenos Aires passou em frente ao palácio do governo e tomou conta da Praça de Maio.
Panelaço em Buenos Aires passou em frente ao palácio do governo e tomou conta da Praça de Maio. REUTERS/Enrique Marcarian
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Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires

Nas principais esquinas das maiores cidades do país, milhares de pessoas de todas as idades manifestaram-se contra o governo num protesto que surpreendeu por seu tamanho. Em cada janela, pelas ruas ou nas praças, panelas, buzinas e palavras de ordem ecoavam um som ensurdecedor para, segundo a população, “tentar acabar com a surdez da presidente Cristina Kirchner”.

Em Buenos Aires, uma multidão marchou até a Praça de Maio num movimento só visto antes nos históricos panelaços de 11 anos atrás, que derrubaram dois governos. E para que não houvesse dúvida de o protesto chegar aos ouvidos da presidente, milhares de pessoas cercaram a residência presidencial de Olivos. “Pela Liberdade do cidadão e em defesa da Constituição Nacional”, “Basta de violência”, “Chega de corrupção” e “Vai acabar a ditadura dos Kirchner”, eram algumas das frases que podiam ser lidas nas faixas.

Analistas políticos não duvidaram em classificar o protesto como o mais importante dos últimos 9 anos, desde que os Kirchner chegaram ao poder. Foi um protesto sem líderes partidários. Uma convocação espontânea, nascida e multiplicada pelas redes sociais, correios eletrônicos e mensagens de texto.

Os argentinos têm convivido com uma perda crescente das liberdades. O governo tem barrado as importações e tem havido falta de abastecimento de produtos. As fronteiras também estão cada vez mais fechadas para quem quer viajar ao exterior. Está praticamente proibido adquirir moeda estrangeira e compras no exterior estão sob a mira do governo. A Receita Federal argentina (AFIP) tem sido usada como polícia disciplinadora, perseguindo os que criticam o poder. Enquanto os casos de corrupção e de violência multiplicam-se, o governo tem traçado uma estratégia para modificar a constituição e habilitar um terceiro mandato para Cristina Kirchner.

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