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Estados Unidos

Obama propõe aumento de 20% do salário mínimo nos EUA

Em seu discurso sobre o "Estado da União", Barack Obama prometeu nesta terça-feira proteger a classe média americana com a criação de empregos e um aumento de 20% do salário mínimo. O presidente americano propôs o lançamento de negociações para a criação de uma área de livre comércio com a União Europeia e defendeu ainda reformas sobre imigração e na lei sobre armas de fogo.  

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante discurso no Congresso nesta terça-feira, 12 de fevereiro de 2013.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante discurso no Congresso nesta terça-feira, 12 de fevereiro de 2013. REUTERS/Charles Dharapak/Pool
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Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington

As figuras mais poderosas de Washington reunidas na mesma sala da Câmara dos Representantes ovacionaram ou se amuaram diante das propostas do presidente Barack Obama para o segundo mandato. À frente dos aliados democratas e dos rivais republicanos, Obama logo no início do tão antecipado discurso "Estado da União" chamou a atenção para uma frase de John F. Kennedy: “a Constituição não nos faz rivais pelo poder, mas parceiros para o progresso”.

E foi nessa linha, pedindo união e compromisso para os dois partidos, que o presidente defendeu suas propostas para fortalecer a classe média americana. “É nossa missão inacabada garantir que esse governo trabalhe em benefício de muitos, e não de poucos.”

ECONOMIA

Focando sobretudo na economia, Obama voltou a pedir que o Congresso aprove um orçamento equilibrado, que reduza gastos e ao mesmo tempo aumente a receita, elevando impostos dos americanos mais ricos.

Mas o presidente lembrou que só a redução do déficit não é um plano econômico e que a criação de empregos é fundamental para estimular a economia. “Uma economia em crescimento deve ser a estrela do norte que guia nossos esforços”, disse. Para isso, propôs investimentos em ciência, tecnologia, educação, energia e infraestrutura.

Uma das grandes surpresas da noite foi a proposta do aumento do salário mínimo para US$ 9 a hora, um reajuste de 20%, com o objetivo de tirar muitas famílias americanas da pobreza.

Obama anunciou que vai acelerar as negociações para a criação de uma área de livre comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia, projeto que pode resultar em uma das principais zonas de comércio do mundo. "Um comércio livre e equilibrado entre os dois lados do Atlântico daria apoio à criação de milhares de empregos americanos bem pagos." A disposição política de Obama foi acolhida com entusiasmo na Europa e é consequência do impasse na liberalização das regras de comércio multilateral na OMC.

MEIO AMBIENTE

Obama também saiu em defesa do meio ambiente. Propôs o uso de parte da receita vinda do petróleo e do gás para financiar um Fundo de Segurança Energética que conduza pesquisas para que um dia os veículos não precisem mais usar petróleo. Ele ainda cobiçou uma meta: reduzir pela metade os desperdícios de energia do país ao longo dos próximos 20 anos.

IMIGRAÇÃO

Como era esperado, o presidente lembrou que uma das prioridades do seu segundo mandato é a aprovação de uma reforma migratória. Obama insistiu que agora é a hora de tirar da sombra os imigrantes ilegais, votando uma proposta que dê cidadania aos mais de 11 milhões de imigrantes sem documentos, aumente a segurança nas fronteiras e conserte o sistema de imigração legal.

GUERRA DO AFEGANISTÃO

Em politica externa, a surpresa foi o anúncio de que até fevereiro do próximo ano, 34 mil soldados americanos no Afeganistão voltarão para casa. Obama lembrou que a redução das tropas continuará até o fim de 2014 quando a guerra chegará ao fim.

ARMAS NUCLEARES

No mesmo dia do terceiro teste nuclear norte-coreano, o presidente foi forçado a adaptar seu discurso: "as provocações da Coreia do Norte isolam cada vez mais o país". Ele voltou a falar da necessidade de uma cooperação internacional para reduzir as armas nucleares e impedir que esse material caia em mãos erradas.

ARMAS DENTRO DO PAÍS

O tema das armas dentro do país humanizou o discurso do presidente. Um dos momentos mais emocionantes da noite foi quando Obama pediu, diante de pais que perderam filhos em tiroteios pelos Estados Unidos, que o Congresso aprove um maior controle das armas. "As famílias de Newtown, de Aurora e de tantas outras vítimas da violência com armas merecem esse voto."

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