Candidatos à sucessão de Chávez trocam farpas na Venezuela
Após o líder da oposição Henrique Capriles Radonski ter acusado o presidente interino Nicolás Maduro, os ânimos se acirraram e a troca de farpas ganhou espaço na imprensa venezuelana. Capriles afirma que Maduro enganou o povo ao informar que Chávez estava se recuperando poucas semanas antes da morte do líder socialista. O herdeiro político de Chávez, em pronunciamento em rede nacional, disse que este era um chamado à guerra.
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Elianah Jorge, correspondente da RFI em Caracas
Segunda-feira, 12 de março de 2013, foi o último dia para o registro de candidatura no Conselho Nacional Eleitoral para as eleições presidenciais. Nicolás Maduro, após confirmar seu nome para a votação do dia 14 de abril, discursou em uma praça de Caracas para centenas de seguidores do ex-presidente Hugo Chávez.
Ele falou por horas, cantou, chamou crianças ao palco, mas faltava carisma e aquele poder hipnotizante que tinha Hugo Chávez. Embora as ruas de Caracas estivessem cheias de seguidores do chavismo, Nicolás, que sempre usa o nome do seu "pai político" - expressão que Maduro usa para designar Chávez -, parece não cativar os "órfãos" do líder que comandou a Venezuela por 14 anos.
Henrique Capriles Radonski formalizou sua inscrição no CNE por via eletrônica. Ele preferiu manter o luto pela morte de Chávez e como lançamento de campanha organizou uma coletiva de imprensa.
Capriles está sendo acusado de violar a integridade moral da família Chávez e pode ser processado por isto. O candidato disse que jamais teve a intenção de denegrir a família do ex-presidente, mas afirmou que estranha o fato de muitos materiais de campanha já estarem prontos menos de uma semana após a morte de Chávez.
Enquanto a corrida presidencial de Capriles parece estar no início, a da ala chavista vai de vento em popa. São camisas, bonés, adesivos, tudo reforçando a candidatura de Maduro a partir da figura de Chávez.
O ex-líder, dias antes de sua viagem a Cuba e em seu último pronunciamento em cadeia nacional, pediu a seus seguidores que votassem em Maduro caso acontecesse alguma coisa. As frases de efeito são muitas: "Chávez, com Maduro o povo está seguro", ou ainda "Eu sou um chavista Maduro".
Ao todo oito candidatos formalizaram suas inscrições. Além de Capriles Radonski e Nicolás Maduro, as candidatas María Bolívar e Reina Sequera já estavam na disputa nas eleições de outubro passado. Os demais candidatos são Freddy Tabarquino, Gonzalo Contreras, Julio Mora e o pastor evangélico Eusebio Méndez.
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